Os dados das Pesquisas de Informações Básicas Municipais (Munic) e Estaduais (Estadic), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta semana, revelou que apenas 30,6%, das prefeituras no Brasil são ocupadas por pessoas pretas e pardas. Ou seja, menos de um terço, das prefeitas e prefeitos são negros no país.
Santa Catarina é o estado com o maior número de gestores municipais brancos e homens no país, sendo que 97,2% dos prefeitos e prefeitas são brancos. Em segundo lugar vem o Rio Grande do Sul com 482 prefeitos brancos dos 497 municípios, o que equivale a 97% do total. Segundo o IBGE, esse segundo estado possuiu 15 prefeitos negros que se identificados como pretos ou pardos, e uma mulher negra. Apenas um prefeito da região foi identificado como indígena pelo instituto.
A região Sul é a com gestão municipal mais branca do país com 94,6% das prefeituras sendo comandadas por brancos, seguida pela região Sudeste com 80, 3% de prefeitos e prefeitas brancas. Em todo o país os gestores que se declararam como indígenas ou amarelos (0,6%), não chegaram a 1% dos eleitos.
Leia mais: Dos 652 municípios que serão comandados por mulheres, apenas 10 têm prefeitas pretas
Os negros são eram maioria no comando de prefeituras nas Regiões Norte (60,1%) e Nordeste (50 5%). Contudo, nenhum candidato ou candidata preta foi eleita para as capitais na última eleição municipal em 2020. Dentre as 25 capitais os negros eleitos foram todos homens: em Aracaju, o prefeito Edvaldo Nogueira Filho (PDT – SE), em Boa Vista, o prefeito Arthur Henrique (MDB – RR), em Joao Pessoa, o prefeito Cicero De Lucena Filho (PRO – PB), em Maceió, o prefeito João Henrique Caldas (PSB – AL), em Manaus, o prefeito David Almeida (Avante – AM), em Rio Branco, o prefeito Tião Bocalom (PRO – AC), em Teresina, o prefeito Dr. Pessoa (MDB – PI) e em Salvador, o prefeito Bruno Reis (DEM – BA).
Homens continuam no comando de 87,9% das prefeituras entre os 5.568 municípios pesquisados.Embora o número de mulheres eleitas como prefeitas tenha dobrado em 20 anos, elas ainda estavam à frente de apenas 12,1% das prefeituras em 2021.