O secretário especial de Cultura, Mario Frias, perdeu uma ação que movia contra o ator Armando Babaioff por danos morais, após ter feito um comentário racista sobre o ativista negro Jones Manoel. Em 2021, Mário processou Armando por ser chamado de “racista”, “bosta” e “sem talento”, após escrever no Twitter que o ativista “precisava de um bom banho”.
A decisão da ação movida por Frias foi julgada improcedente pelo 6º Juizado Especial Cível de Brasília, no Distrito Federal, e publicada na sexta-feira (18). Além de considerar que as definições de Babaioff sobre Frias partem da opinião pessoal, referente a uma pessoa “política que é ocupadora de cargo público”, sendo assim, sujeita ao “escrutino popular”. O juiz destacou ainda que o racismo é “notório” em nosso país e que “há a incorreta e lamentável associação de afrodescendentes a aspectos negativos, tais como a sujeira”.
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Na ocasião do fato, o ativista Jones Manoel disse que iria comprar fogos de artificio para eventual agravamento do quadro clínico do presidente Jair Bolsonaro e o comentário ter sido manchete de um jornal. Em resposta ao que Jones havia dito, o assessor da Presidência da República Tércio Arnaud Thomaz questionou quem era Jones Manoel em um post em rede social. Mário então respondeu dizendo: “Não sei. Mas se soubesse diria que ele precisa de um bom banho”. O comentário foi visto como racista por Manoel que disse: “Governo liberal-fascista de Bolsonaro é lotado de racistas, nazistas e tudo que não presta”. A decisão ainda cabe recurso.
Após a repercussão, Mario rebateu: “Não venham tentar ofuscar a gravidade dos ataques ao PR [presidente da República] chamando de racista quem sempre repudiou o racismo. Toda pessoa suja precisa tomar banho e não existe pessoa mais suja do que aquela que deseja e celebra a morte de um chefe de estado democraticamente eleito, enquanto louva um genocida como Stalin [comandante da antiga União Soviética]”, escreveu à época.