O Esporte Clube Pinheiros entrou com um pedido para que o inquérito instaurado para apurar denúncias de racismo dentro do clube fosse extinto. De acordo com o recurso, o Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Ginástica do Estado de São Paulo não tem competência para julgar o caso. Ainda segundo o clube, a Justiça Desportiva só pode julgar casos relativos à disciplina e às competições desportivas. “A legislação é clara ao estabelecer a competência da Justiça Desportiva para tratar de questões atinentes às competições desportivas e às infrações disciplinares delas advindas. Não tem a Justiça Desportiva competência para analisar supostas infrações, por mais graves que sejam, ocorridas internamente nos clubes e entidades durante treinamentos”, argumentou a defesa.
De acordo com o presidente do TJD da Ginástica, João Guilherme Guimarães Gonçalves, a liminar foi negada, “mas o julgamento do recurso para interromper o inquérito ainda vai acontecer. Só não se sabe quando”, afirmou
Depoimentos
O presidente do TJD negou a liminar solilitada pelo Pinheiro e ainda determinou que o presidente do clube, Ivan Cascaldi Filho, seja intimado a depois, além dos técnicos Cristiano Albino, Danilo Bornea, Felipe Polato, Hilton Dichelli e Lourenço Ritli. De acordo com o inquérito, os técnicos admitiram “gritar para garantir a execução dos movimentos” e, à auditoria, confirmaram que as cobranças aos atletas militantes eram “bem mais intensa do que aos atletas associados”.
Entenda o caso
Em 2016, o ginasta Ângelo Assumpção foi descartado dos jogos olímpicos do Rio de Janeiro e relatou alguns casos ocorridos no clube Pinheiros, onde atuava na época.
Arthur Nory, era companheiro de Ângelo no clube e ofendeu o ginasta negro, juntamente com outros atletas do Pinheiros, utilizando frases como “o saquinho de supermercado é branco, e o do lixo é preto” em um vídeo publicado nas redes sociais. Depois do pedido de desculpas de Nory, artistas e atletas fizeram uma campanha cobrando dos clubes a contratação de Ângelo.
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