Após uma queda de 0,4% no segundo trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre também apresentou um recuou 0,1% e o país entrou em recessão técnica. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), publicados nesta quinta-feira (2).
Segundo analistas, a recessão técnica é caracterizada pro queda do PIB em dois trimestres seguidos, que é o caso do Brasil e o consenso entre eles é que a economia brasileira está estagnada. “O PIB está no patamar do fim de 2019 e início de 2020, período pré-pandemia, e ainda está 3,4% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014”, destacou o IBGE. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é o principal indicador usado para medir a evolução da economia.
Queda no rendimento e inflação
Em novembro deste ano, o IBGE divulgou um levantamento, mostrando a queda do rendimento médio real do brasileiro no último ano. Segundo os dados, o recuo no rendimento foi de 3,4% em 2020, quando comparado com o mesmo período, em 2019.
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De acordo com o IBGE, o rendimento mensal médio real passou de R$ 2.292 em 2019 para R$ 2.213, em 2020, quando era estimado em R$ 2.250 (já descontada a inflação do período). Este recuo corresponde a uma queda de 3,4%, considerada a mais intensa desde o início da série histórica, em 2012.
Na contramão dos rendimentos, a inflação disparou nos últimos 12 meses, ultrapassando os 10%, afetando diretamente a alimentação do brasileiro, segundo um levantamento da Fundação Getúlio Vargas. Bruno Serra, diretor do Banco Central, no entanto, afirma que a inflação brasileira está em outro patamar, superando os demais países. “Está em nível muito elevado, até para o Brasil, acostumado com pressão sobre os preços. Todo mundo tem falado da inflação no Brasil, dois dígitos em doze meses, nível muito elevado, inclusive para o nosso histórico, que é de inflação elevada. [A inflação] Vinha comportada até a pandemia, acelerou muito nos últimos 12 meses, mais do que os pares [países emergentes]”, declara em entrevista ao G1.