Estrangeiros fogem e combates prosseguem no Sudão

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Foto: AFP

O êxodo em massa de estrangeiros prossegue nesta segunda-feira (24) no Sudão, abalado por combates violentos entre o exército e um grupo paramilitar que já provocaram centenas de mortes, sem o vislumbre de uma solução para o conflito.

As explosões e os tiros são ouvidos de modo incessante há 10 dias na capital sudanesa, Cartum, e em outras regiões do país africano, mas as potências internacionais conseguiram negociar com os dois lados beligerantes a retirada de funcionários diplomáticos e cidadãos.

A violência neste país do nordeste africano, de cerca de 45 milhões de pessoas, emergiu em 15 de abril entre o exército do general Abdel Fatah al-Burhan, governante de fato do Sudão desde o golpe de 2021, e seu rival, o general Mohamed Hamdane Daglo, líder das Forças de Apoio Rápido (FAR).

Os violentos confrontos acontecem essencialmente em Cartum, a capital, e na região de Darfur, no oeste do país. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 420 pessoas morreram e 3.700 ficaram feridas até agora.

Sudão
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Os presos foram libertados de pelo menos uma prisão, disseram os advogados, enquanto outras fontes relatam, sem verificação independente, ataques a outras duas prisões, principalmente a de Kober, que abriga todos os presos políticos, incluindo o ditador deposto Omar al-Bashir.

A violência também deslocou dezenas de milhares de pessoas para outros estados no Sudão ou nos vizinhos Chade e Egito.

Vídeos gravados pela AFP mostram dezenas de veículos das Nações Unidas saindo da capital rumo a Porto Sudão, cidade às margens do Mar Vermelho, de onde 150 pessoas partiram no sábado.

A fome ameaça

Os combates violentos entre as forças dos dois generais não apresentam sinais de trégua. 

Os tiroteios são intensos na capital e seus arredores. Caças sobrevoam a região e os blindados paramilitares avançam. 

A disputa entre Burhan e Daglo começou com os planos de integrar as FAR ao exército oficial, um requisito crucial do acordo para a restauração da democracia no Sudão após o golpe militar que derrubou o ditador Omar al Bashir em abril de 2019.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) advertiu que milhões de pessoas adicionais podem sofrer fome devido à violência, no terceiro maior país da África, onde em períodos normais um terço da população precisa de ajuda humanitária.

Fonte: AFP

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