Paciente é presa por racismo ao negar ser atendida por mulher negra em laboratório de Sorocaba

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Uma mulher de 59 anos foi presa na segunda-feira (19) por atos e xingamentos racistas. Enquanto paciente em um laboratório de Sorocaba, em São Paulo, ela se recusou a ser atendida por Isabela Herculano, que é coordenadora do local, por ela ser negra. Por isso a mulher foi encaminhada ao Plantão Policial da zona norte do município, e presa em flagrante. 

A paciente estava esperando para colher sangue e não havia seguido o protocolo indicado para agilizar o serviço. Segundo Isabela, de 26 anos, quando se prontificou a atender a mulher, ela se negou a ser atendida por ela. As câmeras de segurança do local corroboram com a narrativa de Isabela. Além dela, Mariana Salles que é gerente do laboratório, e negra, também foi alvo da paciente.

Imagem da câmera de segurança do laboratório em que paciente foi presa por racismo por negar a receber atendimento de mulher negra / Foto: Reprodução

Em entrevista ao programa “Tem Notícia” da TV Globo, a enfermeira relatou com mais detalhes, o que aconteceu.

“Ela ficou muito brava, falou que eu não poderia ser. Eu perguntei diversas vezes para ela porque não poderia ser eu e se era até por conta de eu ser negra e ela me chamou de louca. Começou a gritar apontando para outras funcionárias que não eram negras, dizendo que elas poderiam coletar, mas eu não”, disse a coordenadora, conforme mostram as imagens.

Segundo relato da profissional, a filha da mulher pediu desculpas, ajoelhada, pelo ocorrido, afirmando que a mãe estava nervosa. “Eu fiquei muito indignada, ainda mais por que quando eu chamei a minha gerente para falar com a acompanhante e ela viu que ela também era negra falou assim: ‘eu não quero falar com você, quero falar com o dono’”, contou, se referindo a Mariana Salles.

A própria gerente do laboratório falou sobre o ocorrido, afirmando que acredita que as duas tenham sofrido preconceito de cunho racial, pois ao falar com ela e descobrir que ela era a gerente, perguntou se não poderia falar com o dono do estabelecimento.

Após ser levada para o Plantão Policial, a pena que a mulher pode receber pode ser de dois a cinco anos de prisão, além de multa. Uma audiência de custódia poderá ser realizada ainda nesta terça-feira (20).

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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