MC Carol, uma das vozes mais representativas do funk e do feminismo, falou sobre sua trajetória e os desafios enfrentados ao longo de mais de 20 anos de carreira. A artista participou, na última quinta-feira (02), do lançamento do movimento Com Axé e Coragem para Transformar o Brasil, criado pela vereadora e ativista Benny Briolly (PSOL-RJ).
“Sou as minhas próprias causas. Sou mulher preta, gorda, venho da favela e 100% feminista… E sofro por isso. E ao ser mulher cantando funk, sofro até hoje“, disse MC Carol durante o evento. Ela também falou sobre a desvalorização do funk: “Ouço que o que faço não é trabalho, é diversão. Dizem que ‘putaria não é trabalho’. Mas meu corre é muito sério. A gente vive na estrada e gera muitos outros trabalhos também: maquiadores, cabelereiros, fotógrafos, motoristas, músicos… é uma cadeia de profissionais”.
A artista destacou a relação próxima com o público LGBTQIAPN+, que vem fortalecendo sua carreira nos últimos anos.
“Minha bandeira também é o público LGBTQIAPN+. Em 2025, eles me abraçaram e, se antes eu fazia show só em favelas, passei a fazer em boates também. Esse público me deu coisas que nunca tive na vida, desde contratos até camarins cheios de carinho. Isso também virou a minha causa”, afirmou.

MC Carol reforçou a importância de fé e coragem para enfrentar preconceitos e seguir firme na carreira. “Com axé e coragem, a gente já mudou muita coisa. Tem que ter axé, tem que ter muita fé pra ser artista, pra ser mulher, pra ser preta, pra ser LGBTQIAPN+. Tem que ter coragem, porque a gente vive num mundo muito preconceituoso”, completou.
O evento reuniu artistas, influenciadores, lideranças religiosas e ativistas em uma grande celebração de união e resistência contra o racismo estrutural, a LGBTfobia e as diversas formas de opressão que ainda atingem a sociedade brasileira.
Leia também: Jojo Todynho e Mc Carol reatam amizade e gravam feat juntas