Os cinco homens mais ricos do mundo dobram fortuna enquanto 5 bilhões ficaram ainda mais pobres, diz relatório

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Segundo o relatório ‘Desigualdade S.A.’, divulgado nesta segunda-feira (15) pela Oxfam, organização que faz parte de um movimento global contra a pobreza e as desigualdades sociais, mostra que a fortuna dos cinco homens mais ricos do mundo, dobrou desde 2020. Foi registrado um aumento de 114%, mas durante esse mesmo período, quase 5 bilhões de pessoas ficaram mais pobres.

O estudo prevê que, se a tendência atual for mantida, o mundo terá o primeiro trilionário em uma década, enquanto o fim da pobreza poderá levar mais de 200 anos para chegar. Em relação ao Brasil, quatro dos cinco bilionários brasileiros mais ricos tiveram aumento de 51% da riqueza desde 2020. Enquanto isso, no mesmo período, 129 milhões de brasileiros ficaram mais pobres.

O relatório foi publicado no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça /Foto: Pexels /Agência Brasil

O relatório também mostra que, em média, o rendimento das pessoas brancas é mais de 70% superior ao das negras. As 148 maiores empresas do mundo lucraram US$ 1,8 trilhão, 52% a mais do que a
média dos últimos três anos.

O relatório foi publicado no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que informa que sete das 10 maiores corporações do mundo têm um bilionário como CEO ou principal acionista. Essas mesmas empresas valem US$ 10,2 trilhões, um valor nem maior que a junção do PIB de todos os países da África e da América Latina.

O empresário Jorge Paulo Lemann, dono da cervejaria Ambev, tem fortuna equivalente ao que tem a metade da população mais pobre do Brasil, ou seja, 107 milhões de indivíduos. A parcela de 1% dos mais ricos tem 60% dos ativos financeiros do Brasil.

A diretora-executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia, fala que os super-ricos concentram cada vez mais poder, além de riqueza, e que isso agrava as desigualdades no mundo. 

“No Brasil, a desigualdade de renda e riqueza anda em paralelo com a desigualdade racial e de gênero – nossos super-ricos são quase todos homens e brancos. Para construirmos um país mais justo e menos desigual, precisamos enfrentar esse pacto da branquitude entre os mais ricos”, disse a representante da organização.

Dados do relatório revelam também que, a cada US$ 100 de lucro obtido por cada uma das 96 maiores empresas do mundo entre julho de 2022 e junho de 2023, US$ 82 foram pagos a seus acionistas mais ricos.

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