De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de favelas aumentou mais que o dobro em nove anos, na Bahia. No Censo de 2010 haviam 210 comunidades no Estado, já no Censo de 2019, o número subiu para 572 comunidades, o que representou um aumento de 104%.
No ranking nacional das 15 maiores favelas, quatro delas estão em Salvador. A comunidade Beiru/Tancredo Neves aparece em quarto lugar, Pernambués aparece em sétimo e Valéria aparece em último lugar. As cidades de Ilhéus, Vera Cruz e Candeias possuem as maiores proporções de domicílios ocupados em áreas de favela.
A supervisora do IBGE, Mariana Viveiros, explica que as favelas cresceram em diferentes partes do estado em entrevista ao Correio 24 Horas.
“É um fenômeno característico dos grandes centros urbanos e observamos um espalhamento em várias partes do estado. Em 2010, Feira de Santana não tinha nenhuma favela, já em 2019 aparece com o segundo maior número (65)”, diz.
Para ser considerada favela, a localidade precisa preencher requisitos: oferta precária de serviços públicos, construções feitas pela própria comunidade e áreas com restrição à ocupação é um dos requisitos. Foram contabilizadas favelas em 32 cidades baianas, ou seja, 7,9% de todos os municípios da Bahia.
O crescimento de favelas foi registrado em todo o território nacional. Em 2010 a Bahia aparecia em terceiro no ranking de Estados com mais favelas, mas mesmo com o crescimento de favelas no Estado, a Bahia foi ultrapassada e está em oitavo. O estados com mais favelas são: São Paulo (3,3mil), Rio de Janeiro (1,8 mil) e Ceará (809).
Cidades com as maiores proporções de domicílios localizados em favelas, segundo o IBGE: Salvador (41,8%), Ilhéus (34,6%), Vera Cruz (24,3%), Candeias (17,3%), Eunápolis (16%), São Francisco do Conde (13,9%), Lauro de Freitas (12,8%), Itabuna (12,6%), Itaparica (10,1%) e Valença (9%).
Em seminário em outubro de 2023, o IBGE decidiu mudar o termo referente a elas de ‘Aglomerado Subnormal’, para ‘Favelas e Comunidades Urbanas’. O coordenador de Geografia do IBGE, Cayo Franco, falou sobre a importância de atualizar os termos em uso, destacando que “aglomerado subnormal”, é utilizado desde 1980.
“Estamos em um momento em que superamos o aglomerado subnormal porque ele traz algumas questões que são datadas e não representam os avanços da Constituição Federal (1988) e do Estatuto das Cidades (2001). Além disso, precisamos construir uma narrativa mais generosa com as áreas que estamos representando, buscando superar o paradigma da ausência e carência e incorporar a dimensão da potência destes territórios”.
Leia mais notícias aqui: “Me encurralaram e me acusaram de estar roubando”: publicitário denuncia agressão no Festival de Verão de Salvador