Nove milhões de moradias brasileiras não tem acesso à rede de água, revela estudo

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Segundo a pesquisa do Instituto Trata Brasil (ITB), das 74 milhões de moradias que existem no Brasil, 9 milhões não tem acesso à rede geral de água. A pesquisa “A vida sem saneamento: para quem falta e onde mora essa população?” foi realizada entre 2013 a 2022, com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual (PNADC), do IBGE.

A análise traça o perfil socioeconômico e demográfico da população brasileira que é impactada pela privação da água, contando com cinco categorias, que são: acesso à rede de água, frequência inadequada de água potável, falta de reservatório, ausência de banheiro e carência na coleta de esgoto. Jovens com menos de 20 anos são os mais atingidos, além de pessoas pretas, pardas e indígenas, segundo a pesquisa.

Mulheres em comunidade, carregando baldes de água /Foto: Maurício Lima / AFP

Na região nordeste, por exemplo, 17 a cada 100 moradias ainda não estavam ligadas à rede geral de abastecimento de água tratada, na época do levantamento dos dados. Essa é a região mais afetada em todas as dimensões analisadas.

A presidente-executiva do ITB falou sobre a falta de acesso. “Quem não tem acesso hoje ao saneamento no Brasil é uma população jovem, de até 20 anos, com um número maior de filhos, uma família jovem, ensino fundamental incompleto, e com a soma da renda familiar é de no máximo R$ 2.400. A maior parte dessa população mora nas regiões Norte e Nordeste no país”, pontuou.

O estudo também mostra que 70,2% das residências sem acesso à rede geral de água, estavam abaixo da linha de pobreza em 2022. A população indígena tem a maior frequência de condição de privação de acesso à água tratada, onde 19 a cada 100 pessoas estavam nessa condição. 

“A moradia com privação de saneamento é tipicamente uma casa na área rural em uma cidade de interior ou na periferia das grandes cidades. Ela pode ser vista com maior frequência em alguns estados do Norte e Nordeste brasileiros como, por exemplo, Pará, Maranhão e Piauí. Ela também é vista com frequência nas áreas de assentamentos precários das regiões metropolitanas”, diz um trecho do relatório.

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