No Brasil, ranking dos mais ricos é liderado por membros do agronegócio, diz levantamento

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O levantamento do Observatório de Política Fiscal da Fundação Getulio Vargas (FGV), realizado pelo economista Sérgio Gobetti, mostra que os mais ricos dos Estados onde o setor predominante é o agronegócio, possuem a maior renda no país, nos últimos anos. O Mato Grosso do Sul lidera o ranking, onde a renda do 0,01% mais rico saltou 131% acima da inflação, de 2017 a 2022.

Sérgio comenta sobre o aumento da taxa de renda nos estados onde o agronegócio é mais forte. “Verificou-se no período analisado (2017-2022) um crescimento extraordinariamente alto da renda da atividade rural, principalmente nos estratos mais ricos, em que esse tipo de rendimento (isento de tributação na sua maior parte) cresceu acima de 220% (ou 140% em termos reais)”, disse o pesquisador, no estudo.

Os dados são de um levantamento do Observatório de Política Fiscal da Fundação Getulio Vargas (FGV), realizado pelo economista Sérgio Gobetti /Foto: Canva

Em 2021, o Mato Grosso do Sul aumentou três vezes o número de loteamentos de luxo à venda. Sendo nesse período, a maior parte dos apartamentos e casas comercializados é de alto padrão. O presidente do Secovi no estado, que representa empresas do ramo imobiliário, Geraldo Paiva, diz que o aquecimento do mercado de luxo não se vê apenas em Campo Grande, mas também em cidades menores.

“Em Chapadão do Sul, Maracanã e Sidrolândia, loteamentos de luxo e carros importados, como Ferrari e Camaro, também são procurados. São cidades mais seguras, sem problemas de trânsito, e que estão atraindo serviços de saúde e educação”, pontua ele.

Essa média de aumento de renda, que corresponde a 15.366 pessoas entre os 38,4 milhões de declarantes do Imposto de Renda, foi de 49%. Nos Estados em que o agronegócio é mais forte, foi mais que o dobro.

Pode estar relacionado ao boom de commodities, grandes propriedades, exportadores têm mais possibilidade de expansão de ganhos. A atividade rural é muito forte entre os mais ricos. O ápice do aumento aconteceu entre 2020 e 2021, quando os ganhos de capital se expandiram mais“, afirma o economista.

Para Gobetti, a renda dos mais ricos no Mato Grosso chega a ser 364 vezes o ganho da classe média no Estado.

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