No Brasil, 38% dos negros recebem no máximo um salário mínimo, segundo estudo

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Um estudo inédito da consultoria IDados, com base em números do IBGE do último trimestre de 2019, revela que 38% dos trabalhadores negros no Brasil recebem no máximo um salário mínimo, enquanto 21% dos brancos estão nesta faixa salarial. O resultado da pesquisa comprova a desigualdade racial existente no mercado de trabalho.

O racismo é um dos principais motivos desta diferença salarial, de acordo com a Procuradora do Ministério Público do Trabalho, Valdirene de Assis: “Entre o profissional branco e o negro o empregador opta pelo branco por que ele parte de um preconceito de que o branco seria mais adequado para a ocupação daquele posto. E isso, infelizmente, é um fenomeno social que deve ser enfrentado com medidas práticas e efetivas”, diz a procuradora em entrevista a Agência Rádio Web.

Outro dado do IBGE que reforça como a população negra ainda sofre preconceito no mercado de trabalho é o fato de pretos ou pardos representarem 64,2% da população desocupada e 66,1% da população subutilizada. Enquanto 34,6% dos trabalhadores brancos estão em ocupações informais, entre os pretos ou pardos esse percentual sobe para 47,3%. 

Racismo X Economia

Além de prejuízos sociais para a população, a procuradora diz ainda que a discriminação racial atinge de maneira negativa a economia das empresas e, consequentemente, do país: “Estamos falando de uma parcela importante da população que não participa, ou participa de uma forma inadequada, do mercado de trabalho. Portanto, são valores que não estão sendo aproveitados, que não têm sua produtividade considerada”, resume
Valdirene de Assis.

Os dados revelam ainda que o rendimento médio mensal das pessoas brancas ocupadas (R$ 2.796) é 73,9% superior ao da população negra (R$ 1.608) e os brancos com nível superior completo ganham 45% a mais por hora do que os negros com o mesmo nível de instrução. Além disso, os pretos ou pardos representam 75,2% do grupo formado pelos 10% da população com menores rendimentos e apenas 27,7% dos 10% da população com as maiores remunerações. 

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