Autoridades sanitárias do condado de Lincoln, no estado do Oregon (EUA) tomaram uma decisão que gerou polêmica no país. Segundo informações do The New York Post, a medida foi necessária para que as pessoas negras não sejam confundidas com criminosos, que, segundo as autoridades, é algo recorrente nos Estados Unidos, principalmente quando usam algum adereço no rosto ou na cabeça, se referindo a toucas e gorros.
A medida define que todos os cidadãos do condado devem usar máscaras de proteção quando estiverem nas ruas, além de um distanciamento, mínimo, de dois metros de outras pessoas. Porém, a população negra, segundo a decisão, não tem essa obrigatoriedade, do uso das máscaras, “para evitar qualquer tipo de episódio de racismo ou preconceito pelo uso do acessório”.
Controvérsia
A decisão foi vista por associações de defesa de pessoas negras como mais discriminatória do que os próprios atos racistas em si. Ativistas enfatizaram que o não uso das máscaras coloca, ainda mais, as pessoas negras em risco para contrair a Covid-19. Para o professor de economia da Universidade de Ohio State, Trevon Logan, a sociedade estereotipa o negro desde sempre. “Este é exatamente o estereótipo do homem negro criminoso definido pela sociedade: alguém que esteja com o rosto coberto. Basicamente, o uso de máscara faz com que essa pessoa pareça perigosa e se encaixe na típica descrição feita de um suspeito “, lamentou.
Isso é um absurdo. Com ou sem máscara, infelizmente, o negro sofre racismo e é confundido com criminoso, o que muda é que além de ser confundido com bandido, também fica exposto ao vírus.