Mudanças climáticas dobraram a chance de chuvas extremas no RS, diz estudo

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De acordo com um estudo do grupo World Weather Attribution (WWA), as mudanças climáticas induzidas pelo homem, dobraram a probabilidade de fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que provocaram as enchentes que devastaram o estado entre abril e maio deste ano. O estudo do grupo composto por cientistas de diversos locais do mundo especializados em assuntos climáticos, foi divulgado nesta segunda-feira (03).

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O estudo, que classificou as chuvas extremas como um “evento extremamente raro, que se espera que ocorra apenas uma vez a cada 100-250 anos”, indica que as mudanças climáticas intensificaram as chuvas causadas pelo fenômeno El Niño. Também aponta a redução do investimento e manutenção do sistema de proteção contra inundações na capital Porto Alegre, como fator que piorou os impactos das cheias.

O grupo afirma que o sistema começou a falhar a 4,5 m de inundação, mesmo com capacidade de suportar água de 6 m. “Isto, para além da natureza extrema deste evento, contribuiu para os impactos significativos das cheias e aponta para a necessidade de avaliar objetivamente o risco e de reforçar as infraestruturas de cheias para serem resilientes a esta e a futuras cheias, ainda mais extremas“. 

Enchentes no Rio Grande do Sul em abril e maio deste ano /Foto: Gustavo Mansur – Palácio Piratini

O equivalente a três meses de chuvas caiu sobre o estado do Rio Grande do Sul, em duas semanas. Cerca de 90% do estado foi afetado, uma área que o WWA diz equivaler ao Reino Unido. E com isso, o estudo também destaca as populações mais atingidas.

Assentamentos informais, aldeias indígenas e comunidades predominantemente quilombolas foram severamente afetadas“.

Assim, pesquisadores do Brasil, do Reino Unido, da Suécia, dos Países Baixos e dos EUA que analisaram os dados, apontam que é necessário melhorar a comunicação de riscos para que a população possa ficar a salvo, e compreendam a gravidade da situação. Também concluíram a falta de eficácia e aplicar leis já existentes com relação ao meio ambiente.

Embora existam leis de proteção ambiental no Brasil para proteger as hidrovias da construção e limitar as mudanças no uso do solo, elas não são aplicadas ou executadas de forma consistente, levando à invasão de terras propensas a inundações e, portanto, aumentando a exposição das pessoas e da infraestrutura aos riscos de inundação“.

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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