Mostra de Cinemas Negros MIMB leva exibição para pessoas em vulnerabilidade social em Salvador

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O filme Motriz segue disponível na MIMB através da plataforma Videocamp até sexta-feira (9)

Mostra aconteceu com distanciamento e segurança. Foto: Reprodução

A Mostra Itinerante de Cinemas Negros Mahomed Bamba (MIMB) em parceria com programa Corra pro Abraço, proporcionou à pessoas em situação de extrema vulnerabilidade um espaço para assistir e discutir a produção de cinema por pessoas negras. O filme exibido foi o premiado ‘Motriz’ e a diretora Taís Amordivino acompanhou as sessões, seguidas de debate sobre o tema central da obra: afetividade e resistência da mulher negra, retratada através da história de vida da mãe da cineasta, dona Nilzabete Santos.

Em duas sessões, para evitar aglomeração e respeitar as normas de segurança devido à pandemia da Covid-19, as convidadas levantaram discussões sobre suas próprias vidas, demonstrando uma grande identificação com a história retratada no filme. Participaram das sessões integrantes do curso de Redução de Danos do Programa Corra pro Abraço, vinculado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia.

“É muito forte ter que mostrar um sorriso, depois que a gente passa pelas decepções da vida. Esse filme me deu vontade de registrar os momentos de minha filha e arrependimento de não ter registrado minha mãe”, relatou Jucimara Oliveira, assistida do programa.

Para a diretora Taís Amordivino foi uma experiência única: “Eu ouvi perguntas e questões muito diferentes do que costumo ouvir nos espaços do Cinema, por exemplo, sobre a linguagem, opções estéticas. Aqui o diálogo foi profundamente ligado à história das pessoas, aos sentimentos, à saudade. Foi muito forte ver a identificação, principalmente das mulheres”.

A mostra de cinema aconteceu de forma totalmente virtual, com encerramento nesta sexta-feira (09). A exibição para a turma do programa foi a única exceção deste ano e um evento de inclusão social e digital, já que as pessoas em situação de vulnerabilidade assistidas pelo programa não têm condições de acesso à internet para ver os filmes. Algumas inclusive, vivem em situação de rua.


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