Segundo monitoramento de tornozeleiras eletrônicas as idosas violaram as regras da domiciliar. Iraci Nagoshi violou a prisão domiciliar cerca de mil vezes só este ano.
Por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, as idosas Vildete Guardia, de 74 anos, e Iraci Nagoshi, de 72 anos, tiveram suas prisões domiciliares revogadas após o monitoramento realizado pela Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo ( SAP-SP) registrar diversas violações a regras domiciliares. Elas foram condenadas por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro.
As idosas violaram diversas vezes as regras domiciliares, Iraci Nagoshi, violou a prisão domiciliar cerca de mil vezes somente este ano. As violações incluem saída do domicílio, fim de bateria e falta de sinal de GPS, somente no dia 2 de junho, Iraci descumpriu 40 medidas Iraci as medidas. Moraes determinou o retorno ao regime fechado em 16 de julho. Na decisão, o ministro afirmou que a idosa despreza a Justiça e vem “descumprido reiteradamente” as regras da domiciliar para “atividades recreativas como: musculação, hidroginástica e pilates.”

Iraci já havia sido alertada pelo STF em janeiro deste ano e em outubro de 2024 sobre a possibilidade da perda da prisão domiciliar se continuasse saindo de casa sem autorização. Em ambas as ocasiões, o advogado da idosa informou que os descumprimentos aconteceram porque a idosa está fazendo sessões com psicólogos e fisioterapeutas. As justificativas foram aceitas por Moraes que alertou que novos deslocamentos, mesmo que para consultas médicas, deviam ser previamente autorizados pela Suprema Corte. Os descumprimentos continuaram a ser registrados pela SAP.
Vildete Guardia, havia sido liberada do regime fechado por questões de saúde. Durante período na Penitenciária Feminina de Sant’anna (SP), a idosa utilizou cadeiras de rodas e se queixava de problemas ósseos, por essas condições de saúde e a idade, o ministro Alexandre de Moraes determinou que Vildete cumprisse o restante da pena em casa. Em prisão domiciliar, a idosa violou as regras em 20 datas diferentes, segundo o monitoramento da tornozeleiras.
Leia também: Ação de Moraes contra Bolsonaro cita extorsão a justiça brasileira: “intenção criminosa”
Diante do descumprimento das regras e o laudo da penitenciária que informou que “não há evidências técnicas objetivas e robustas que indiquem a necessidade de cuidados especiais incompatíveis com o sistema penitenciário”, Moraes revogou a domiciliar no dia 7 de julho, segundo advogado próximo a família da idosa ela só retornou ao regime fechado no dia 14 de julho.
Em entrevista para à Revista Oeste, o advogado das idosas, Jaysson França, informou que as violações ocorreram por problemas técnicos previamente informados à Justiça. Das 497 pessoas julgadas por envolvimento no 8 de Janeiro, sete têm mais de 70 anos. Os dados foram apresentados por Moraes durante o julgamento que tornou réu o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.