Preta Rara e Erica Malunguinho denunciam caso de racismo e xenofobia em Portugal

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O que era para ser um momento de entretenimento e descontração, acabou em mais um caso de preconceito. Nesta segunda-feira (10) a rapper e apresentadora Preta Rara contou em suas redes sociais do episódio de racismo que sofreu junto da ex-deputada estadual de São Paulo Erica Malunguinho, em uma casa noturna em Lisboa, Portugal, no último sábado (08).

Ambas foram impedidas de entrar na The Docks Club de forma violenta. “O segurança foi totalmente violento falando que não estávamos vestidas [de forma] adequada e ele empurrou a Érica, falando que nós brasileiras somos fáceis e que só entraríamos se pagasse €1500“, contou Preta Rara, que a a partir dos insultos recebidos, entrou em uma discussão.

Tanto Preta Rara quanto Erica Malunguinho estavam na cidade para o lançamento de um livro, “A radical imaginação política das mulheres negras brasileiras”, organizado pela Fundação Rosa Luxemburgo.

Preta Rara e Erica Malunguinho /Foto: Reprodução

A ex-deputada estadual e educadora Erica Malunguinho também se manifestou sobre o caso, em um comentário no post da denúncia. “Lisboa em si já é um lugar péssimo pra pessoas pretas e trans. Só fui até lá por que fui convidada pra um trabalho com parlamentares e organizações de mulheres negras, não à toa muitas mulheres relataram experiências violentas do racismo no país. A situação degradante na @thedocksclub foi a cereja do bolo. Mas isso não vai ficar assim“, escreveu.

Segundo a publicação, o local administrado por Sing Correia, que de acordo com a artista é um dos únicos proprietários pretos da cidade portuguesa, era divulgado como um local destinado a música e cultura negra e que por isso não esperava ter sofrido tais ataques. “Divulgam esse lugar como um espaço de música preta e a gente sofre racismo, xenofobia, misoginia e transfobia na porta“, escreveu.

Preta Rara também afirmou que essa não é a primeira vez que o local recebe esse tipo de denuncia. Nos comentários sobre o espaço no Google, a artista descobriu uma série de relatos de atitudes preconceituosas.

“Isso acontece com o seu aval porque não é possível você fechar os olhos para essa violência toda e dizer que não sabia. Muitos seguidores que viram meus stories disseram que isso é comum acontecer na sua casa. Eu quero uma explicação pública e medidas serão tomadas do lado de cá, e o mínimo que já tinha que acontecer é esses 2 caras do vídeo ser mandado embora”, escreveu a artista, direcionada para o dono do local.

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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