Lideranças indígenas denunciaram que o Governo Federal atrasou em mais de 8 meses a vacinação dos adolescentes de 12 a 17 anos das aldeias do Vale do Javari, no Oeste do Amazonas. A região conta com mais de 26 povos indígenas e abriga o maior número de isolados do mundo. As vacinas estão paradas há quatro meses em uma câmara fria em Manaus, à espera da distribuição pelo Ministério da Saúde. As informações são do Repórter Brasil.
As doses de Pfizer para os adolescentes do Javari foram enviadas para a Secretaria de Saúde do Amazonas, em Manaus, no início de outubro, mas até hoje não chegaram aos jovens. Isso porque o DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) Vale do Javari, braço do Ministério da Saúde, decidiu não retirá-las da capital, alegando falta de aeronaves para transportar as doses até as aldeias, segundo informou a prefeitura de Atalaia do Norte (AM).
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A aplicação da vacina nessa faixa etária foi autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 11 de Junho, exclusivamente para o imunizante da Pfizer naquele momento. Ocorre que os jovens indígenas só foram incorporados no plano de vacinação do Governo Federal três meses depois. Após esse período sem um plano de distribuição para os jovens do Vale do Javari, a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) informou agora que vai usar doses de Coronavac na região, “dada a sua maior validade e facilidade de manejo e transporte”.
Fabricada pelo Instituto Butantan, a vacina pode ficar até 12 meses na faixa entre + 2ºC e + 8ºC. A aplicação da Coronavac no público de 6 a 17 anos foi autorizada pela Anvisa em 20 de janeiro. O descaso também afeta a vacinação das 1.293 crianças de 5 a 11 anos da região e ainda de acordo com as lideranças indígenas, há lentidão na aplicação da terceira dose entre os adultos e idosos.
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