Pessoas na linha da pobreza são maioria da população em 9 estados, revela estudo

mcj_0100.jpg

Brasília - Cidade estrutural

O levantamento Pobreza e miséria nos estados brasileiros 2022, realizado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) revela que em nove Estados brasileiros a maioria da população é formada por pessoas na linha da pobreza, que possuem renda mensal de até R$665,02.

O estudo foi realizado com base nos dados de 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), e publicado pelo portal G1 nesta quarta-feira (24). De acordo com o Levantamento, o Maranhã é o Estado que mais possui pessoas na linha da pobreza (58,9%), seguido de Amazonas (56,7%), Alagoas (56,2%), Paraíba (54,6%), Ceará (53,4%), Pernambuco (53,2%), Acre (52,9%), Bahia (51,6%) e Piauí (50,4%).

Cidade estrutural em Brasília é um dos locais mais pobres do DF – Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Nota-se que todos os nove Estados que possuem mais de 50% de pessoas pobres são das regiões norte e nordeste, que tiveram maior avanço nessa situação durante a pandemia, aponta o relatório. Já na outra ponta, os Estados com menor número são Santa Catarina (13,9%), Distrito Federal (17,3%), Rio Grande do Sul (18,2%) e São Paulo (20,4%).

Mesmo com esse percentual, o levantamento revela ainda que a taxa de pobreza de 2022 é menor que a registrada no ano de 2021. Há dois anos, os números chegaram a 38,3% da população, já no ano passado, caiu para 33%.

Em 2021, o Maranhão já encabeçava a lista com mais pessoas na linha da pobreza. De toda forma, houve uma queda acentuada entre 2021 e 2022, saindo de 67% para 58,9%, uma queda de 8,1 pontos percentuais no Estado.

Especialistas afirmam que a queda se deu devido ao valor praticado pelo Auxílio Brasil, programa de transferência de renda do governo Jair Bolsonaro (PL), que pagou R$600 mensais, principalmente entre os meses de julho e dezembro de 2022, ano eleitoral.

“Em 2022, ano eleitoral, o governo federal buscava implementar o Auxílio Brasil com valor de R$ 400. Esse valor foi elevado para R$ 600 pela atuação do Congresso Nacional, o que contribuiu para diminuir a vulnerabilidade social”, afirma o relatório do estudo.

Leia também: Entre 2021 e 2022, R$ 3,8 bilhões do Auxílio Brasil foram pagos indevidamente, aponta CGU

“É fato que a pobreza e extrema pobreza reduziram em 2022. Entretanto, ainda há um longo caminho para a reconstrução e reestruturação de políticas públicas de assistência social efetivas e com caráter de estado, que perpassem governos. Nesse sentido, será possível consolidar uma tendência de diminuição desses problemas”, conclui o documento.

Igor Rocha

Igor Rocha

Igor Rocha é jornalista, nascido e criado no Cantinho do Céu, com ampla experiência em assessoria de comunicação, produtor de conteúdo e social media.

Deixe uma resposta

scroll to top