Laudo aponta que João Pedro foi assassinado com um tiro de fuzil pelas costas

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O laudo cadavérico realizado no corpo do adolescente João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, assassinado em casa, no Complexo do Salgueiro, no último dia 18, revela que um o projétil entrou no corpo do estudante pela região dorsal direita, ou seja, nas costas, abaixo da axila. Ainda segundo o laudo divulgado pelo Jornal Extra, a bala penetrou no corpo de baixo para cima, na direção diagonal, causou lesões nos pulmões e na base do coração do adolescente e ficou alojada na região da escápula esquerda — próxima ao ombro.

A polícia civil analisa o projétil, de calibre 556, que é o mesmo de um fuzil usado por um agente da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) que fez disparos durante a operação. A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), que investiga o crime, aguarda o resultado de um confronto balístico que está sendo feito entre o projétil e as armas dos três policiais que atiraram na ocasião. Os policiais que participaram da operação na favela de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, foram afastados e, atualmente, realizam atividades burocráticas.

João Pedro brincava com outras cinco crianças na casa de seus tios, no momento em que a operação policial começou. Segundo os amigos de João Pedro que testemunharam o crime, o grupo correu para dentro da casa quando policiais arrombaram o portão e invadiram a casa atirando.

A posição de João Pedro no no momento em que foi baleado també é analisada pelos peritos da DHNSGI. Já foi constatado que o estudante levou o tiro em uma parte da sala da casa que fica cerca de 30 centímetros acima do resto do imóvel e é acessada por um degrau. A hipótese de que a bala teria ricocheteado antes de atingir o menino já foi descartada, pois não foram encontradas marcas de tiros no chão do imóvel durante a perícia.

Uma das possibilidades analisadas é a de que o menino estivesse deitado ou agachado para se proteger dos disparos no momento em que foi baleado. Na casa onde o crime ocorreu foram encontradas mais de 70 marcas de tiros espalhados por três cômodos — a maior parte deles feitos de fora para dentro. A previsão dos peritos é que o laudo de local de crime seja finalizado até o final desta semana. Quando os laudos de comparação balística e da cena do crime chegarem ao inquérito, a Polícia Civil também prevê a realização de uma reprodução simulada dos fatos, que contará com a presença de policiais e testemunhas na casa em que João Pedro foi morto.

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