O jogador Moisés Brisolla, de 20 anos, foi resgatado em situação de trabalho análogo à escravidão em Dubai, nos Emirados Árabes. O jovem retornou ao Brasil nesta quarta-feira (31) após passar oito meses nessa condição, depois de ter viajado para o país a trabalho em julho do ano passado, para jogar no clube Al-Rams Club.
Depois de ter jogado no time por um mês, o jogador foi dispensado por conta de câimbras, e foi orientado pelo empresário a trabalhar em uma fábrica de cosméticos na região, que pertence a um brasileiro, para não precisar voltar para o Brasil. Foi nessa fábrica que o o jovem foi encontrado em situação análoga à escravidão.
De acordo com uma parlamentar que participou do resgate do jovem – a deputada estadual Laura Sito (PT-RS)-, Moisés não possuía liberdade a chegava a trabalhar cerca de 15 horas por dia sem pagamento, sem contrato de trabalho e sem acesso ao celular, que foi retirado dele pelo dono da fábrica. De vez em quando ele tinha permissão para falar com algum familiar, e foi com essa chance que ele conseguiu pedir ajuda.
Com isso, a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul (CCDH RS), da qual a parlamentar é presidente, foi acionada e começou a trabalhar com o Itamaraty para realizar o resgate. O jovem desembarcou no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, com passagens emitidas pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Uma vaquinha organizada pela CCDH ajudou o jogador a pagar as multas migratórias aplicadas contra ele por trabalhar nos Emirados Árabes sem permissão. Nas redes sociais, a parlamentar explicou por qual motivo o jovem precisou pagar essas taxas.
“Tudo por conta de uma portaria do governo Bolsonaro (MRE nº 402, de 22 de junho de 2022), que não permite mais o país arcar. Felizmente, conseguimos negociar o valor e arrecadar através de uma vakinha entre os apoiadores do nosso mandato”, contou Laura Sito em um publicação no Twitter.
Leia também: 25 pessoas são resgatadas de trabalho análogo à escravidão na Bahia
O jovem já foi ouvido pelas autoridades brasileiras, e quem cuida do caso é a Polícia Federal a partir de uma denúncia do MRE.