O homem que agrediu um idoso negro, em Curitiba (PR), com uma barra de ferro, prestou depoimento à polícia e afirmou ter confundido a vítima com um assaltante.
O aposentado Geneon da Silva (67) esperava a esposa sair de uma consulta médica quando foi brutalmente agredido. Ele sofreu um corte profundo no rosto e teve as próteses dentárias quebradas.
O agressor é operário e trabalhava em uma obra. De acordo com ele, a agressão foi cometida após uma mulher apontar Geneon como sendo um ladrão de carros da região.
O advogado de defesa do operário aponta que ele “agiu por impulso”, a partir do momento que, erroneamente, a testemunha apontou Geneon. O agressor disse que se arrepende e pede perdão a vítima e à família dele.
Em nota, a construtora da obra em que o agressor trabalha afirmou que ele é contratado por uma empreiteira prestadora de serviço. Além disso, a construtora afirmou que entrou em contato com a empresa responsável pela contratação para que as medidas cabíveis sejam tomadas.
O crime foi registrado no 6º Distrito da Polícia Civil. O delegado responsável pela investigação, Wallace Brito, abriu um inquérito para apurar o crime de racismo e agora pretende ouvir a mulher que apontou Geneon como um suposto ladrão.
“Se fosse uma pessoa branca não ia sofrer o que eu sofri”
Geneon afirmou que acredita que foi associado a roubos apenas por estar parado no local e que isso pode ser um indicativo de racismo. “Se fosse uma pessoa branca não ia sofrer o que eu sofri”, desabafou o idoso, em entrevista à RPC.
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Para a família da vítima, além das marcas físicas, a agressão também deixou marcas psicológicas. “O que aconteceu não vai se apagar nunca da nossa memória, mas a gente quer justiça, quer que o agressor sofra as consequências do ato que ele cometeu”, afirma Simone Braghim da Silva, filha do aposentado.
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