Enquanto o salário médio de homens não negro é de R$ 6.033,15, o de mulheres negras é de R$ 2.864,39
Um estudo do 3º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado nesta segunda-feira (07), revela que homens não negroa possuem um salário mais de duas vezes maior do que o de mulheres negras. Segundo a análise de 2024, enquanto eles recebem um salário médio de R$ 6.033,15, o de mulheres negras é de R$ 2.864,39.
Ao analisar o univero geral, mulheres ganham 20,9% a menos que os homens. Apesar do aumento significativo das mulheres no mercado de trabalho, a desigualdade salarial ainda persiste. Os dados fazem parte do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS), onde foram analisados 19 milhões de vínculos, 1 milhão a mais comparado a RAIS de 2023.
A média salarial dos homens é de R$ 4.745,53 enquanto das mulheres é de R$ 3.755,01. Em relação às mulheres negras, os números revelam que os valores são ainda mais baixos, R$ 2.864,39. Já o do homem negro é de R$ 3.647,97.

Em contrapartida, houve um crescimento na participação da mulher negra no mercado de trabalho. De 3.254,272 mulheres negras passou para 3.848.760.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves destaca que é necessário mudanças estruturais na sociedade para superar a desigualdade salarial entre os gêneros.
“A desigualdade salarial entre mulheres e homens persiste porque é necessário que haja mudanças estruturais em nossa sociedade, desde a responsabilidade das mulheres pelo trabalho do cuidado à mentalidade de cada empresa, que precisa entender que ela só irá ganhar tendo mais mulheres compondo sua força de trabalho, e com salários maiores” afirmou a Ministra.
Em 2024, a desigualdade salarial custou R$ 95 bilhões à economia brasileira, segundo o relatório. A desigualdade salarial é percebida em diferentes níveis de ocupação, o estudo ressalta que mulheres diretoras e gerentes recebem apenas 73,2% do salário dos homens. Mesmo as profissionais com formação de nível superior não escapam dessa disparidade ganhando apenas 68,5% do salário dos homens. Acre, Santa Catarina, Paraná, Amapá, São Paulo e Distrito Federal têm as menores desigualdades salariais.
Em julho de 2023, foi sancionada a lei nº 14.611 que aborda igualdade salarial e de critérios remuneratórios para homens e mulheres. A legislação exige que empresas com mais de 100 empregados adotem medidas que garantam essa igualdade, incluindo transparência salarial, fiscalização, canais de denúncia e adoção de programas de diversidade e inclusão e apoio à capacitação feminina.
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