Paulo Cezar Bezerra, agressor do músico Odivaldo Carlos da Silva, mais conhecido como Neno, vai a júri popular por tentativa de homicídio triplamente qualificado e injúria racial. A decisão foi dada nesta quinta-feira (15), pelo juiz Leonardo Bechara Stancioli. O caso aconteceu em 2022 e foi registrado no Centro de Curitiba.
As agressões foram filmadas por câmeras de segurança e mostram o homem agredindo Neno com um cassetete. A Justiça considerou três qualificadoras no crime: motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Na decisão, o juiz negou o pedido de liberdade para o agressor, que está preso desde o dia do crime.
“O réu manifestou “intolerância e preconceito racial e agiu em razão da condição de vulnerabilidade econômica e de preconceito racial em relação à vítima, bem como manifesta intolerância à pessoa em situação de rua”, diz a sentença.
A promotoria aponta que o réu proferiu palavras ofensivas contra a raça e a cor de Neno. A denúncia indica que o homem disse: “Ei, negro! Macaco! Morador de rua tem que morrer!”. Além disso, Bezerra incitou o próprio cão a atacar a vítima.
A defesa disse que ele já conhecia o músico, tinha um desentendimento anterior e deveria responder por lesão corporal, e não por tentativa de homicídio e injúria racial. Mas a Justiça solicitou um laudo complementar de lesão corporal do músico, que serviu para avaliar a extensão das lesões no tempo.
Além dos ferimentos psicológicos, Neno quebrou um dente e teve lesões na cabeça, braços e tórax. Ele foi socorrido pelo Siate e consta no processo o relatório dos ferimentos deste dia. José Carlos Portella, advogado da vítima, defende que Silva agiu com a intenção de matar o músico, já que houve muitos golpes na cabeça.
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