Na madrugada da última segunda-feira (15), garimpeiros atacaram novamente a base de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), montada no Rio Uraricoera, em Alto Alegre, Norte de Roraima, para impedir entrada de invasores às terras Yanomami.
Homens armados abriram fogo contra agentes do Ibama e da Força Nacional que estavam na comunidade indígena de Palimiú e destruíram a estrutura que dava suporte ao cabo de aço que havia no rio. Agentes relataram que o ataque ocorreu por volta de 1h, quando criminosos furaram o bloqueio do cabo de aço.
Os invasores seguiam de barco rumo aos garimpos e abriram fogo contra a base de fiscalização. Os criminosos e agentes da Força Nacional trocaram tiros por dez minutos. Os garimpeiros furaram o bloqueio e seguiram rumo aos garimpos levando suprimentos.
Por volta das 4h, voltaram em maior número: eles estavam em 13 embarcações e conseguiram passar novamente pela barreira já destruída. Ainda segundo os agentes, os garimpeiros atiraram nos barcos do Instituto que davam suporte ao cabo de aço. Já na manhã, os funcionários do Ibama recolheram as embarcações
“O cabo foi rompido pela hélice, provavelmente. Uma parte está aqui, na nossa catraca, e a outra se encontra lá do outro lado do rio, na balsa. É isso: hoje, nós não temos barreira em Palimiú”, disse um agente que atua na região, em entrevista ao G1.
O rio Uraricoera é a principal via fluvial usada pelos invasores para acessar o território, e é considerado um ponto estratégico para as ações mais ofensivas. O local é usado também como base de apoio para agentes que atuam dentro do território. Esta é a segunda vez que criminosos investem contra agentes da Força Nacional e do Ibama.
Ao todo, a Terra Yanomami já registrou 14 mortes violentas em uma semana, entre os dias 30 de abril e seis de maio. Nove garimpeiros foram encontrados sem vida na região após intensa troca de tiros com a Polícia.
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Atualmente, segundo informações do governo federal, “todo o efetivo da Força Nacional em Roraima segue empenhado, operando em várias aldeias na TIY, reforçando os locais de atuação e acompanhando agentes da PF e do IBAMA nas incursões”.