Câmeras corporais diminuem número de mortos em operações da Polícia Militar em São Paulo

Policiais-militares-com-cameras-corporais-secom-gesp.jpeg

Batalhões da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) que começaram a usar câmeras corporais tiveram redução de 76,2% em número de mortos pela PM. A pesquisa também indica que 62,7% das vítimas de violência policial eram negras. Entre 2019 e 2022, as taxas de mortes pela polícia caíram 66,2% entre brancos e 64,3% entre negros.

Os dados levantados, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em parceria com a Unicef, indicam que nos batalhões que não compõem o programa das câmeras operacionais portáteis (COP) a redução de mortes foi de apenas 33,3%. A estimativa é de que o programa tenha evitado aproximadamente 184 mortes nos 62 batalhões participantes.

A redução das mortes foi considerável – Foto: Governo do Estado de São Paulo

Em 2017, mais de um terço (36%) das mortes provocadas por policiais militares vitimaram crianças e adolescentes com idade entre 10 e 19 anos. Entre 2019 e 2022, houve redução de 66,7% nas mortes desta faixa etária em ações policiais.

O levantamento apontou que a implementação das câmeras nos uniformes dos policiais militares também reduziu o número de assassinatos desses trabalhadores, tanto em horário de serviço quanto fora. Em 2020, 18 PMs foram vítimas de homicídio durante o trabalho, número que reduziu para quatro em 2021, e seis em 2022, menores números na história de São Paulo.

Leia também: Implantação de câmeras nas fardas da PM-BA depende de burocracia na aquisição dos equipamentos

Além dos casos de violência, as câmeras corporais também impactaram em casos de corrupção. Foram registradas quedas de 37,5% nas denúncias de corrupção e concussão na Corregedoria da PMESP e de 55,3% na Ouvidoria das Polícias.

O estudo também reforça que, apesar desses números de redução nas mortes decorrentes de intervenção policial, ainda há muita margem para melhora. Em 2022 ocorreram 256 mortes causadas por policiais em serviço e 126 por policiais de folga.

A partir de 2021, a atualização no equipamento tornou as câmeras de gravação ininterrupta. As gravações sem o acionamento proposital são chamados de vídeos de rotina, com menor resolução de imagens, sem som ambiente e com arquivamento de 90 dias. Já as gravações intencionais possuem melhor qualidade e ficam guardadas por um ano.

Deixe uma resposta

scroll to top