O influenciador e youtuber Thiago Torres, conhecido como Chavoso da USP descobriu esta semana que sua foto aparece em um banco de imagens de reconhecimento de suspeitos da polícia.
Thiago utilizou suas redes sociais para mostrar a mensagem que recebeu de uma pessoa dizendo que a foto dele estava em um álbum de reconhecimento da polícia. Um dia após a denúncia, na terça-feira (20), Thiago teve sua conta no Instagram suspensa. O perfil do influenciador tinha 257 mil seguidores e era uma de suas fontes de trabalho.
Chavoso descobriu o uso indevido de sua imagem após uma pessoa que analisava um crime de extorsão ver a foto do influenciador no álbum e alertá-lo: “Num reconhecimento deste, a vítima pode muito bem te reconhecer, o que pode gerar vários problemas, até uma expedição de mandado de prisão”, escreveu a pessoa.
O youtuber compartilhou o print da conversa, que contém a foto dele no álbum e escreveu nos stories de seu Instagram: “Era só o que me faltava mesmo.”
Além de seu perfil no Instagra. Chavoso acumula milhares de seguidores em seu Twitter, 140 mil seguidores e 310 mil inscritos em seu canal do YouTube. O jovem viralizou nas redes sociais desabafando sobre as diferenças que existem entre ser um jovem periférico e estudante de Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP). Chavoso fala sobre cultura periférica, racismo, desigualdade e outros assuntos, além de realizar palestras sobre esses temas.
Reconhecimento x racismo
O reconhecimento realizado pela polícia é feito através de um álbum físico ou digital com fotos de terceiros para que a vítima aponte o autor do crime, servindo apenas como prova inicial que deve ser comprovada por demais evidências. As imagens são selecionadas em álbuns policiais ou redes sociais, uma prática que seria comum nas delegacias.
Segundo uma pesquisa da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, citada no site do STJ, em cinco anos, entre 2014 e 2019, 53 pessoas foram acusadas indevidamente no estado a partir de reconhecimento fotográfico. Todas foram absolvidas, mas 50 delas chegaram a ser presas preventivamente, sendo que apenas 20% eram brancas.