Em 21 de março é celebrado o Dia Internacional contra a Discriminação Racial e para marcar a data será iniciado o Festival Bixanagô – Empoderamento e Estética Negra. O evento será totalmente online, com uma proposta multidisciplinar estimulando as potencialidades da cultura LGBTQIA+ e do universo periférico, ampliando o debate sobre questões acerca das identidades étnico racial, de gênero e interseccionalidade. O festival se estende para os dias 25, 26 e 27 de março.
Por conta da pandemia do novo coronavírus, o festival também trará debates sobre sustentabilidade econômica e economia criativas nas artes, direitos e políticas públicas para a populaçãoo LGBTQIA+. “Bixanagô é basicamente uma palavra que constrói a identidade de bixas pretas periféricas”, descreve o diretor geral e idealizador do festival Marcelo Morais. De acordo com ele, a palavra “bixa” vem sendo ressignificada pela população LGBTQIA+ nos últimos anos e usada de forma mais positiva e genérica. Já “Nagô” faz referência à estética negra e à diáspora africana no Brasil.
Programação
A abertura da edição no dia 21 de março contará com uma exposição com curadoria das artistas Micaela Cyrino e Paulete Lindacelva e obras de artistas também mulheres e pretas, entre elas Kerolayne Kemblin e Manauara Clandestina.
Kerolayne Kemblin é natural de Manaus (AM). Artista, viajante e empreendedora, fomenta imagens de afeto a partir das visualidades que perpassa a rua e as mídias. Além das práticas artísticas com o lambe, grafite, colagens, xilogravuras e o audiovisual.
Debates e oficinas
Nos dias 21, 25, 26 e 27 de março a programação do Festival BixaNagô será repleta de rodas de conversa. Entre os temas estão a criminalização da cultura e das identidades periféricas; os direitos e as políticas públicas voltadas à população LGBTQIA+; sustentabilidade econômica e economia criativa nas artes; ISTs, transmissão e prevenção; e prevenção combinada – novas tecnologias para o controle da AIDS.
Sobre o dia 21 de março
O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial foi declarado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1993 como alusão ao massacre de Shaperville, na África do Sul, na década de 1960. Na época, 180 jovens negros e sul-africanos foram assassinados pelo governo federal em uma manifestação pacífica contra o sistema político de segregação vigente, regime conhecido como apartheid.
Como gesto de saudação e continuidade histórica do movimento de luta dos jovens antirracistas de Sharperville, o Festival Bixanagô direciona sua programação para ações que valorizem a produção artística e deem ferramentas para a resistência das populações minorizadas.
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