Escola de Comunicação Antirracista abre inscrições para o curso de Racismo Ambiental

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As inscrições para o curso de Racismo Ambiental da Escola de Comunicação Antirracista começam nesta segunda-feira (29), e vão até o dia 07 de maio. O curso será ministrado pelo professor e doutor em biotecnologia vegetal, Marco Rocha, e contará com 12 horas de capacitação.

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No curso serão abordados temas como o que é meio ambiente, crise climática e seus impactos no nosso cotidiano, as ferramentas do racismo ambiental, e Racismo ambiental na prática: Estudos de caso. As aulas começam no dia 08 de maio.

Foto: Pexels

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Marco revela que a didática utilizada para levar o conhecimento às pessoas que não conhecem o termo será a partir das vivências das próprias pessoas, trazendo para o dia a dia de cada um. 

“O racismo ambiental está por toda parte, mas, grande parcela da população ainda não conecta eventos como enchentes, deslizamentos, falta de saneamento básico, ocupações em encostas, etc. ao racismo ambiental. E acho que relacionar esses temas ao cotidiano das pessoas, será uma boa estratégia de divulgação”, explica. 

Marco Rocha ainda reforça que as pessoas que mais sofrem com o racismo ambiental são as que se encontram em territórios periféricos e, em sua maioria, pessoas negras. 

“Sem dúvidas são as populações mais vulneráveis social e economicamente. Os mais pobres, as comunidades tradicionais, os periféricos, as populações quilombolas, ribeirinhas e a população negra, sobretudo as mulheres negras”, completa.

O Brasil é um país que apresenta dimensões de um continente, o racismo ambiental se expressa de formas específicas em cada uma das cinco regiões. O que é comum a todas as regiões é a pobreza instalada e a exclusão socioambiental que ela promove. 

“Nos estados da região Norte, o desmatamento, a poluição/degradação ambiental alteram completamente a dinâmica daqueles ambientes e da qualidade da vida das pessoas, com destaque aos estados do Pará e Acre, que são campeões no desmatamento e na destruição de áreas demarcadas como reservas indígenas. Situação semelhante ao que observamos na região centro-oeste com o avanço do agronegócio predatório sobre os biomas amazônia, cerrado e pantanal”, analisa o doutor.

Futuro

O curso visa levar informações sobre como o racismo ambiental age nas cidades e nas populações, mas também será propositivo, disseminando informações relevantes e apresentando ferramentas para subsidiar o debate sobre o tema e combatê-lo no dia a dia. 

“Teremos, cada vez mais, ferramentas para compreender como somos afetados por mazelas provocadas pelo racismo ambiental, mas, que muitos não conseguem alcançar. Entender um pouco mais sobre o significado de preservação ambiental, racismo estrutural e crise climática, e como tudo isso se relaciona, é a chave para o entendimento sobre racismo ambiental”, reflete. 

Marco Rocha faz uma projeção, não tão otimista, em relação aos próximos 10 anos. Segundo ele, a crise climática, que já é uma realidade, provocará alterações em diferentes níveis e de forma heterogênea. O que significa que algumas regiões serão mais impactadas que outras e, em alguns casos, de forma irreversível se não houver movimentos coordenados dos órgãos de fiscalização ambiental. 

“Centros de pesquisa, escolas, universidades e políticas públicas precisam dar suporte à implementação de saneamento básico, a revisão das ocupações em áreas de risco e fomento para o desenvolvimento social. A capilarização do conhecimento, a vontade política e a consciência racial, socioambiental e econômica nos permitirá entender o tamanho do desafio que chamamos de racismo ambiental”, finaliza. 

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