Em represália ao pedido de impeachment, Governo Federal destitui movimentos negros do Conselho de Promoção da Igualdade Racial

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A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, cancelou os mandatos de sete pessoas que integram a Coalização Negra por Direitos e que faziam parte do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial. Na última quarta-feira (12), a Coalização, que é um movimento composto por mais de 100 outras entidades, protocolou um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro por crimes de responsabilidade pela negligência durante a pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 105 mil pessoas, sendo as pessoas negras as maiores vítimas.

No entanto, de acordo com o ministério os integrantes foram destituídos porque algumas das organizações que eles representavam estariam no 4º mandato consecutivo junto ao conselho, o que, segundo o ministério, não seria permitido. Em dezembro de 2018, os integrantes do conselho foram escolhidos para um mandato de dois anos (2019 e 2020). A escolha acontece a cada dois anos por meio de seleção junto à sociedade civil.  

A portaria foi publicada na última quinta-feira (13) e anula os mandatos de:  Ângela Cristina Santos Guimarães (da União dos Negros pela Igualdade), Ângela Maria da Silva Gomes (Movimento Negro Unificado), Danilo Rosa de Lima (do Educafro), José Alex Borges Mendes (Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas, Maria Rosalina dos Santos,  Moara Correia Saboia (Coletivo Nacional de Juventude Negra) e Rosilene Torquato de Oliveira (Agentes de Pastoral Negros do Brasil).

Além desses nomes, a portaria anula as designações de integrantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), ambas entidades que são contrárias ao governo Bolsonaro. 

Na publicação, José Luiz Teixeira, do Instituto Sorriso Negro dos Campos Gerais, que é uma entidade que não está dentro da Coalização, foi indicado no lugar de Danilo Rosa de Lima, que é o titular do Conselho. 

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