As chuvas que ocorreram na última semana em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, fizeram o Rio Botas transbordar e atingir 5,4 metros, causando enchentes e deixando famílias desabrigadas. As chuvas na cidade, após 1 ano das fortes enchentes no município em 2024, evidenciam assim um problema antigo e recorrente: o racismo ambiental, assim como a desigualdade na gestão de desastres climáticos.
A prefeitura de Nova Iguaçu divulgou que praticamente todas as regiões da cidade foram impactadas pelas chuvas, sendo o bairro Riachão com o maior volume de água (117,85mm), seguido por Centro (84,6mm ) e Moquetá (76,8mm), deixando 63 pessoas desalojadas.
A chuva atingiu outras áreas do estado. Outra cidade da Baixada, como Belford Roxo, atingiu o nível 4 de estágio de alerta, enquanto Nova Iguaçu foi de alerta máximo para enxurradas e inundações. A capital chegou ao nível 2 e meios de transporte municipais e intermunicipais foram afetados.
O racismo ambiental se manifesta quando os impactos de eventos extremos, como enchentes e deslizamentos, atingem de forma desproporcional as populações mais vulneráveis. Na Baixada Fluminense e nas Zonas Norte e Oeste da cidade carioca, as fortes chuvas de verão, juntamente com os problemas ambientais, destroem centenas de residências e provocam transtornos a diversos moradores da região.
Diante desse cenário, a prefeitura do Rio anunciou o Plano Verão 2024/2025, que inclui obras de infraestrutura para minimizar os impactos das inundações em áreas críticas. No entanto, o projeto segue sem prazo definido para conclusão. O prefeito de Nova Iguaçu, Dudu Reina, criou o Gabinete de Gerenciamento de Crise e planeja construir piscinões na área da Via Light, mas ainda precisa de autorizações para iniciar as obras.
O Projeto Iguaçu, que visa construir barragens e reservatórios, é o principal para minimizar alagamentos e enxurradas em pelo menos seis municípios da Baixada Fluminense, entretanto, depende do apoio do Estado, visto que o orçamento da licitação é de 1 bilhão de reais.
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