Após recusar ser atendido por delegado negro, idoso é condenado por racismo no Acre

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A 1ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco, no Acre, condenou o idoso Raimundo Rufino que se recusou ser atendido pelo delegado Samuel Mendes. O homem que exigiu ser atendido por um “delegado branco”, foi condenado pelo crime de racismo e pegou um ano de reclusão, mas a pena foi convertida à em um pagamento no valor de dois salários mínimos.

Samuel Mendes é titular da 2ª Regional, que fica no Conjunto Habitacional Cidade do Povo, e é delegado há 11 anos no Acre. Já na Segurança Pública, Mendes atua há 19 anos, entre serviços prestados nas polícias Militar e Civil do estado.

Idoso se recusou a ser atendido por delegado negro /Foto: Ascom/Polícia Civil

A juíza Andréa Brito, do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), concedeu-lhe liberdade provisória após o Ministério Público manifestar-se a favor da mesma.

“O réu deverá iniciar o cumprimento da pena privativa de liberdade anteriormente dosada em regime aberto. Por força do que dispõem o Art. 44 e seguintes do Código Penal, converte-se a pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, isto porque a condenação fora inferior a quatro anos de reclusão e por não ter sido o crime cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, o que por certo admite como suficiente essa substituição, fazendo jus então, a referida substituição, obrigando-se, por consequência, à prestação pecuniária no valor de dois salários mínimos”, disse parte da decisão.

O caso aconteceu em janeiro do ano passado, quando Raimundo, de 69 anos, foi até a unidade para resgistrar uma ocorrência contra sua vizinha. Em entrevista ao g1, Samuel contou sobre a reação do idoso quando se deparou com um delegado preto.

“Pedi para ele me acompanhar e, quando foi para entrar no gabinete, ele parou, olhou para dentro, e perguntou: ‘mas, cadê o delegado?’. Eu falei que era o delegado e iria prestar o atendimento. Ele disse: ‘não, quero um delegado branco’. Falei que eu era o delegado que fazia o atendimento ali, mas ele repetiu: ‘não, quero ser atendido por um delegado branco‘, disse ele.

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