Por Iane Pessoa*
Há pelo menos três anos as pautas relacionadas à Diversidade e Inclusão (D&I) estão em alta dentro do universo corporativo. A temática, debatida mais calorosamente, principalmente após episódios violentos e marcantes como o caso de George Floyd, ainda gera dúvidas sobre seus benefícios para o negócio e sobre como ser implementada.
O relatório Tendências em Gestão de Pessoas 2022, realizado pelo Great Place to Work com 2.654 respondentes, indica que o assunto registrou retração na lista de prioridades das companhias neste ano. A pesquisa aponta que em 2019, 24% das empresas tinham a diversidade como tema prioritário a ser trabalhado pelo RH durante o ano. Em 2020, o número subiu para 28% e em 2021 para 32%. Já neste ano, o resultado caiu para 17%.
De acordo com o levantamento, a maioria dos entrevistados afirmou que Diversidade e Inclusão é uma pauta estratégica para a empresa em que trabalham, entretanto, apenas 12,1% dizem que a organização de fato lida com o tema com maturidade.
Não precisamos, como sociedade, esperar que um novo episódio traumático de racismo/LGBTfobia/machismo/capacitismo aconteça para que a temática da diversidade seja colocada em pauta novamente. Para além do hype e do surf na onda do momento, a pauta de D&I quando bem implementada nas empresas pode trazer resultados impressionantes.
Segundo o relatório Diversity Matters 2020 na América Latina, da firma global de consultoria de gestão estratégica McKinsey, os funcionários de empresas que adotam a diversidade relatam níveis muito mais altos de inovação e colaboração do que seus pares de outras empresas.
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A possibilidade é 152% maior das pessoas colaboradoras afirmarem que podem propor novas ideias e tentar novas formas de fazer as coisas; 77% maior de concordar que a organização aplica ideias externas para melhorar sua performance; 76% maior de afirmar que a organização faz uso do feedback de clientes para melhor atender seus clientes; 72% maior de reportar que a organização melhora consistentemente sua forma de fazer as coisas e 64% maior de afirmar que colaboram compartilhando ideias e melhores práticas.
Outro estudo publicado pela consultoria Deloitte, em outubro de 2021, os consumidores que possuem entre 18 e 25 anos afirmaram levar mais em conta a diversidade da propaganda em suas decisões de compra. Para além da propaganda, a pesquisa mostra que 57% dos consumidores são mais leais às marcas que levam em consideração esses valores em suas ações da porta para dentro.
A diversidade de ideias, por meio de pessoas de diferentes corpos, raças, gêneros e lugares, pode transformar um negócio a curto, médio e longo prazo. Mas para que esses resultados apareçam, é preciso que haja intencionalidade, empenho e investimento das organizações, fomentando espaços seguros e de fato inclusivos.
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