“Dialoga com ferramentas históricas”, diz diretora do filme ‘Ó, Paí, Ó 2’

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A cineasta Viviane Ferreira, diretora do filme “Ó, Paí, Ó 2”, revelou que o longa “dialoga com ferramentas históricas” da população negra, em coletiva para jornalistas. Mais de 15 anos depois do primeiro filme, a trama de “Ó, Pai, Ó” está de volta ao cinema, com debates polêmicos e importantes, de forma bem humorada.

O filme, que estreia no dia dia 23 de novembro, aborda a questão do racismo, gentrificação, visibilidade trans e acolhimento de pessoas em situação de rua. De acordo com Viviane Ferreira a intenção era dentro de todas essas questões sérias e relevantes, conseguir “esperançar” o espectador.

O roteirista Elísio Lopes Jr destaca que a obra mostra uma “leitura particular que os baianos tem de si e do brasil”, e que primaram por trazer referências negras e da Bahia para estrelarem o longa. Ele também afirma que “Ó, Paí, Ó 2” é um filme “multiplot”, que conta várias histórias, de maneira muito plural.

Viviane Ferreira diretora do filme “Ó Paí, Ó 2” – Foto retirada do Instagram.

A obra reivindica o ativista antirracista Marcus Garvey, faz críticas ao mercado livre, ao mercado informal e a precarização do trabalho. Além disso, promove uma cena de reencontro de mãe e filho, vencendo a barreira do fundamentalismo religioso.

A diretora Viviane Ferreira, explicou na coletiva que a personagem Iolanda, que é uma mulher trans, recebeu um grande cuidado da produção do filme, pois debater o tema 15 anos depois está em outro grau de complexidade e debate na sociedade. A diretora afirma que a produção do filme procurou respeitar o público LGBTQIAPN+, e que “esse debate não se encerra no set de gravação”.

Durante a coletiva, o ator Lázaro Ramos, que interpreta Roque, destaca que o filme atravessou gerações, e que por isso, é importante observar o quanto cada debate avançou. O ator revelou a emoção que sentiu em cena, ao contracenar com Guiguio, um compositor mais velho dos blocos afro, autor da música “Pérola Negra”. No filme, Roque Bahia contracena com artistas da nova e da antiga geração de Salvador, em cena emocionante.

“O tema música já havia sido muito explorado na série, achei que não tinha mais pra onde ir e me surpreenderam com essa cena”, disse Lázaro, que considera que o filme alcançou um nível ainda maior, ao incorporar esses artistas.

Trailer do filme, que estreia no dia dia 23 de novembro

Já Luciana Souza, que vive a personagem Dona Joana, enfatia que o filme trás uma mensagem coletiva a partir da militância individual de cada ator. A atriz Valdineia Soriano, que vive a personagem Maria, revelou que o filme promove encontro de gerações de atores do Bando de Teatro do Olodum, e que ter tido essa troca entre artistas mais novos e mais velhos do longa metragem, foi muito importante. “Aprendi muito com eles”, disse Valdineia.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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