A cada 4 horas um negro foi morto pela polícia em 2022, aponta pesquisa

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A pesquisa “Pele Alvo: a bala não erra o negro” mostrou que, em média, uma pessoa negra foi morta pela polícia a cada 4 horas em oito Estados do Brasil. O estudo divulgado nesta quinta-feira (16) é da Rede de Observatórios e se baseia em dados divulgados pelas secretarias de segurança pública por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Os estados analisados foram Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo onde a Rede de Observatórios tem escritório. Ao todo, foram 4.219 mortes, porém apenas em 3.171, ou seja 75% dos casos se declarou a cor da vítima. Dentre os casos com a cor declarada 2.770 pessoas, ou 87,35% dos mortos, são negros.

Imagem meramente ilustrativa – Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Mortes por estados

Confira abaixo a ordem de pessoas negras mortas pela polícia por estado dentre os 8 analisados:

  • Bahia – 1.121 mortes
  • Rio de Janeiro – 1.042 mortes
  • São Paulo – 262 mortes
  • Pará – 200 mortes
  • Pernambuco – 78 mortes
  • Ceará – 37 mortes
  • Piauí – 30 mortes
  • Maranhão – 0 mortes

O estado do Maranhão não forneceu dados discriminados por cor ou raça. O estado de São Paulo teve redução de 48,32% no número de mortes, pesquisadores atribuem a queda ao uso de câmeras nos uniformes dos policiais. O estado registrou 867 vítimas em 2021 e, em 2022, caiu para 419 vítimas, destas 63,90% pessoas negras.

A Bahia e o Rio de Janeiro juntos representam 66,23% dos óbitos de negros pelos agentes de segurança. Chama atenção o crescimento de mortes fruto de violência policial na Bahia, o estado teve aumento de 300% dos casos entre 2015 e 2022.

A pesquisa detectou baixa notificação sobre a raça das vítimas em três estados, Maranhão, Cerará e Pará. O Maranhão não inclui mais esse dado desde 2020, o Ceará registrou a cor em apenas 30,26% dos casos e o Pará em apenas 33,75% dos casos.

Leia a pesquisa completa clicando aqui.

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