Com a chegada do inverno no Hemisfério Sul, caracterizado por dias mais secos, queda de temperatura e aumento da incidência de ventos, especialistas alertam para a importância de cuidados redobrados com a saúde da pele, especialmente a pele preta, que tende a apresentar maior sensibilidade durante o período.
Segundo a biomédica esteta Jéssica Magalhães, a combinação entre o clima frio e seco, banhos mais quentes e a menor ingestão de água compromete a hidratação natural da pele, enfraquecendo a barreira cutânea e favorecendo o surgimento de ressecamentos, rachaduras e manchas.

“Durante o inverno, a pele negra enfrenta as barreiras da desidratação. Isso ocorre porque, além do clima frio intensificar o ressecamento, geralmente consumimos menos líquido, agravando o quadro dermatológico. Como resultado, a pele do corpo perde seu brilho natural, os lábios racham e o rosto apresenta leves descamações”, explica Jéssica.
Com mais de 10 anos de experiência na área, a especialista recomenda a substituição de sabonetes com ácidos por produtos mais suaves, como hidratantes densos ou que contenham pantenol e manteiga de karité. Ela também alerta para o uso cauteloso de ácidos durante o inverno, sugerindo a redução da frequência e a observação de possíveis reações cutâneas.
“Caso use ácidos, reduza a frequência para evitar sensibilidade e tenha mais atenção às reações da pele para poder interromper se necessário; e mantenha o uso de protetor solar, mesmo nos dias nublados”, orienta.
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Além do clima, o calendário de festas populares como São João e São Pedro também pode impactar a saúde da pele, principalmente em decorrência da exposição ao calor das fogueiras e do aumento de dermatites e inflamações, comuns nessa época.
Jéssica Magalhães reforça que a pele preta, ao apresentar maior propensão à hiperpigmentação pós-inflamatória, exige cuidados preventivos contínuos, incluindo uma alimentação rica em frutas e verduras e uma rotina consistente de skincare.
“A radiação UVA, responsável pelo envelhecimento precoce e pelas manchas, permanece presente mesmo em dias nublados ou frios. E quando falamos de pele negra, que já tem maior propensão a hiperpigmentações, o filtro solar é uma ferramenta de proteção e prevenção essencial”, destaca.
A biomédica conclui lembrando que manter a pele saudável no inverno é possível com adaptações simples, que respeitem a especificidade da pele preta e suas necessidades diante das mudanças climáticas.