Covid-19: O autoproclamado presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, prolonga por mais 15 dias o estado de emergência no país

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Foto: Agência Reuters

Com 39 pessoas infectadas pelo novo coronavírus a Guiné-Bissau vive, além da pandemia, uma intensa crise política, desde que o general Umaro Sissoco Embaló, tido como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se autoproclamou presidente do país. No Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau, entretanto, tramita um recurso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.

Em meio este cenário político conflituoso, o general Umaro Sissoco Embaló decidiu prolongar o estado de emergência no país, até 26 de abril: “Somos obrigados a ponderar e requalificar as medidas adotadas, prorrogar a maior parte delas e adequar outras às circunstâncias atuais”, diz o decreto, destacando que o Governo deve adotar medidas concretas para a aplicação do estado de emergência e para respeitar os limites impostos pela Constituição.

Sissoco Embaló pediu ainda que a classe política deixe de lado as disputas, para se concentrar na luta contra o novo coronavírus, que diz ser uma verdadeira ameaça nacional.

No dia 27 de março, o general declarou que o estado de emergência na Guiné-Bissau terminaria neste domingo (12 de abril), mas devido ao número de casos no páis, as autoridades guineenses decidiram manter a medida. O país também fechou suas fronteiras aéreas, terrestres e marítimas na Guiné-Bissau, medidas que foram acompanhadas de uma série de outras restrições, assim como acontece em outros países. Além disso, só é permitido circular nas ruas da Guiné-Bissau entre às 07h e às 11h, horário local.

Crise política

Umaro Sissoco Embaló tomou posse numa cerimónia realizada pelo vice-presidente do parlamento Guineense Nuno Nabian, que logo veio assumir a liderança do Governo nomeado, justamentem pelo autoproclamado presidente.

O Governo demitido por Umaro Sissoco Embaló, o do primeiro-ministro Aristides Gomes, mantém o apoio da maioria no parlamento da Guiné-Bissau.

O Governo liderado por Nuno Nabian ocupou os ministérios com o apoio de militares, mas Sissoco Embaló nunca assumiu que estivesse preparando o terrendo para um golpe de Estado no país e diz que aguarda a decisão do Supremo sobre o processo eleitoral.

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