Um levantamento feito pelo portal de notícias UOL, com dados oficiais da prefeitura do Rio de Janeiro, aponta que as favelas cariocas registraram 10 vezes mais mortes pelo novo Coronavírus em um mês. Em 8 de abril, eram sete óbitos e 43 casos confirmados em 13 comunidades. O número mais atual, do dia 8 de maio, dá conta de pelo menos 81 mortes e 422 casos confirmados nessas comunidades.
Além das informações oficiais da Secretaria de Saúde do município do Rio, a reportagem do UOL se baseou em estudos paralelos, coletados nas unidades de saúde de comunidades como a Rocinha e a Maré. Os dois complexos juntos têm mais de 350 mil habitantes e contabilizam, segundo o estudo, 74 óbitos, mais que o triplo em comparação aos 24 registros oficiais nessas áreas.
Em sabatina aos deputados fluminenses, nesta segunda-feira (11), o secretário de saúde do estado do Rio de Janeiro, Edmar Santos, afirmou que as subnotificações são 1 para 15 em todo o Brasil.
“Para cada um caso confirmado, estimam-se outros 15 existentes ainda não confirmados”, disse o secretário, em reunião remota.
Além da subnotificação, outra preocupação é a insalubridade, a falta de saneamento básico e a falta d’água em diversas favelas do Rio. Em muitos locais, não há onde lavar as mãos, como tem denunciado o Notícia Preta desde o início da pandemia. De acordo com especialistas, a transmissão comunitária é inevitável em ambientes insalubres.
O levantamento também apontou que as mortes nas favelas cariocas já superaram a maior parte dos municípios do Grande Rio, como Niterói e São Gonçalo. Morreram mais pessoas em favelas que na 3ª cidade com mais óbitos, Nova Iguaçu. O município da Baixada Fluminense tem 820 mil habitantes e registra 66 mortes.