“Conta de luz deve subir 7% em 2025”, projeta Aneel; alta pressiona famílias negras e de baixa renda

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Foto: Pexels

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que a conta de luz deve encerrar 2025 com um reajuste médio de 7%, segundo projeção divulgada no boletim InfoTarifa nesta sexta-feira (5). O aumento supera a inflação prevista para o ano e reforça o peso da energia elétrica no orçamento das famílias brasileiras, especialmente as mais pobres, majoritariamente negras.

O novo número representa quase o dobro da estimativa anterior, feita em março, que apontava variação média de 3,4%. O principal motivo é o orçamento aprovado para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que financia políticas públicas essenciais do setor e que chegará a R$ 49,2 bilhões em 2025.

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Para 2026, a projeção é ainda mais elevada: a CDE pode alcançar R$ 52,7 bilhões, impulsionada pelo avanço da micro e minigeração distribuída, como painéis solares, e pelos subsídios concedidos a fontes renováveis. O orçamento do próximo ano ainda passará por consulta pública.

O que é a CDE e por que ela pesa no bolso?

A CDE é responsável por custear programas como:

  • Tarifa Social de Energia Elétrica, voltada a famílias de baixa renda;
  • Programa Luz Para Todos, que leva eletricidade a regiões isoladas;
  • Incentivos a fontes renováveis;
  • Subsídios para pequenos geradores de energia, como residências com placas solares.

A maior parte desse fundo é financiada por meio da tarifa cobrada mensalmente de todos os consumidores. Assim, quanto maior o orçamento, maior tende a ser o impacto direto na conta de luz.

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Quem mais sente o impacto do aumento?

O reajuste atinge especialmente famílias negras e periféricas, que possuem maior comprometimento de renda com serviços essenciais. Segundo o IBGE, lares chefiados por mulheres negras são os que mais sofrem com a pobreza energética, quando o gasto com luz consome parcela significativa do orçamento mensal.

Além disso, a energia elétrica é um insumo estratégico para microempreendedores, trabalhadores informais e estudantes, reforçando desigualdades históricas no acesso à educação, ao trabalho remoto e à tecnologia.

Por que o aumento está acontecendo agora?

De acordo com a Aneel, a diferença entre a projeção de março e a atual é explicada, principalmente, por:

  • aumento dos encargos setoriais;
  • custos maiores na compra de energia;
  • expansão de programas subsidiados pela CDE.

O cenário aponta para um ciclo de elevação tarifária que pode se prolongar caso o orçamento da CDE continue crescendo em ritmo acelerado.

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