Coalizão Negra por Direitos move ação contra Fundação Palmares por exclusão de 90% do seu acervo

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Sérgio Camargo: Sérgio Lima/Poder360

Sérgio Camargo: Sérgio Lima/Poder360

A Coalizão Negra por Direitos, que representa mais de 200 instituições, protocolou uma ação civil pública contra a Fundação Cultural Palmares devido a tentativa de exclusão de 90% do seu acervo formado por revistas, livros, folhetos e catálogos. Segundo o Presidente da Fundação, Sérgio Camargo, o material “é a reprodução de uma mentalidade revolucionária e alheia à realidade do negro, usando-o como massa de manobra”. Ele se baseou em um relatório, produzido por uma comissão interna, chamado “Retrato do Acervo: A Doutrinação Marxista”.

Segundo a Coalizão Negra por Direitos, “a essência da Fundação Palmares é exatamente preservar essa história. O que está havendo é um total desmonte com viés ideológico para tentar desvirtuar o propósito da fundação. É mais do que apenas tentar se livrar de livros”. O Presidente da Fundação já tem processos em andamento; ele já ordenou a exclusão do machado de Xangô do símbolo da instituição e também fez postagens difamando a imagem de Zumbi dos Palmares.

A primeira vez que a Coalizão Negra abriu processo contra Sérgio Camargo foi para o impedir de assumir o cargo, a ação foi aceita pelo Ministério Público, porém, dias depois foi derrubada a liminar. Sergio Camargo já deu ordem, anteriormente, para excluir do acervo obras dos escritores Marx, Engels, Lênin, Max Weber, Eric Hobsbawn, H. G. Wells, Celso Furtado e Marco Antônio Villa.

A comissão responsável pelo relatório “Retrato do Acervo: A Doutrinação Marxista” julgou que 5.300 livros, folhetos ou catálogos têm temática contra o escopo do órgão e só 478 obras, o que corresponde a menos de 10% do acervo, estão de acordo com a “missão institucional” da Fundação.

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