Cesta básica consome mais da metade de quem ganha um salário mínimo, afirma Dieese 

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Em fevereiro, a cesta básica consumiu mais da metade (56,1%) da renda de quem ganha um salário mínimo (R$ 1.212). Os cálculos são do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), considerando o salário mínimo líquido, isto é, após o desconto de 7,5% da contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). São Paulo é a capital com a cesta básica mais cara do país, custando R$ 715,65, em média, o que corresponde a 63,83% do salário mínimo líquido. Depois, aparecem Florianópolis (R$ 707,56 — 63,11%) e Rio de Janeiro (R$ 697,37 — 62,2%). 

Em SP, que tem a cesta básica mais cara do país, valor corresponde a mais de 59% do salário mínimo. Foto: Carla Carniel/Reuters

O preço dos alimentos foi detalhado também de acordo com o Dieese. O quilo do feijão subiu em todas as 17 capitais analisadas em fevereiro. O carioquinha, pesquisado nas capitais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste e em Belo Horizonte e São Paulo, as altas variaram de 1,81%, em Natal e a 10,14%, em Belo Horizonte, puxadas pela baixa oferta e pela redução da área plantada. O feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, registrou aumentos de 1,2% (Vitória) a 7,25%, no Rio de Janeiro. 

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Já o quilo do café em pó só não subiu em São Paulo, onde registrou queda de 3,86% em fevereiro. Nas demais regiões, as maiores altas foram verificadas em Goiânia (7,77%), Vitória (5,38%) e Aracaju (5,02%), como consequência da queda de volume produzido na safra atual, que está impactando o preço do café nos mercados futuros, com reflexos no varejo. Ainda de acordo com o Dieese, o aumento da demanda no exterior por óleo de soja, causado pela redução da produção de óleo de girassol na Ucrânia, também fez o preço do produto subir em ao menos 15 capitais. 

O Dieese também calculou que, considerando a cesta básica mais cara como a de São Paulo em fevereiro, o salário mínimo necessário para manter uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.012,18. Assim, seria o valor suficiente para suprir as despesas com alimentação, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e Previdência Social, conforme determina a Constituição brasileira. 

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