Cargo de baixa remuneração, faxineiro lidera a criação de vagas de trabalho no Brasil

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Em um ano, os faxineiros lideram a criação de vagas de trabalho no país, é o que mostra um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência.

Mais de 163 mil novos postos foram criados nos últimos 12 meses – Foto: Freepik

A pesquisa, realizada a pedido do G1 e divulgada nesta segunda-feira (11), revela que, entre maio de 2021 e junho de 2022, foram criados 163.459 postos de trabalho de faxineiros, consolidando 6,15% de todas as vagas criadas no Brasil no período estudado (2,66 milhões). O número total de faxineiros com carteira assinada subiu para 1,7 milhão de profissionais, um incremento de 10% em 12 meses

Em segundo lugar no número de criações de vagas está a função de auxiliar administrativo, com 122.511 novos postos, seguido por vendedor de comércio varejista, com 119.681 novas vagas dentro do período analisado. “O setor de serviços foi o último a reagir e é o que está impulsionando o mercado de trabalho. As empresas reabrindo passam a demandar mais serviços como os de faxina”, afirma Fábio Bentes, pesquisador responsável pelo levantamento, em entrevista ao G1.

O Brasil ainda conta com mais de 10,6 milhões de pessoas desempregadas, segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o que corresponde a 9,8% da população. Os números apontam uma queda no desemprego, mas especialistas alertam que os cargos com menor remuneração puxam as contratações. “Não que não sejam setores importantes, mas são ocupações de baixa produtividade em termos de retorno que estas profissão dá a empresa. Não adianta um banco contratar 50 faxineiros, que o desempenho da empresa não irá melhorar em razão disso”, afirma Bentes.

Variação percentual

Outro dado analisado pela pesquisa é a variação de percentual de novos postos de trabalho de 10 profissões com maior avanço nas contratações, nos últimos 12 meses. Auxiliar de logística teve uma variação de 43%, seguido por garçom e estoquista, com 26%, analista de negócios e auxiliar de desenvolvimento infantil, 24%, e auxiliar de serviços de alimentação, 22%.

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“São profissionais necessários para a subsistência da empresa, e não para o crescimento dela ou para investimento. É diferente de contratar um profissional de TI, da área financeira ou engenheiro. Estes sim têm a capacidade de aumentar a produtividade da empresa”, explica o pesquisador.

Igor Rocha

Igor Rocha

Igor Rocha é jornalista, nascido e criado no Cantinho do Céu, com ampla experiência em assessoria de comunicação, produtor de conteúdo e social media.

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