Candidata negra é eliminada de processo seletivo do Facebook por não possuir “fit cultural”

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Mulher negra sofre racismo em processo seletivo no Facebook

Imprensa e convidados confraternizam antes da tour nos novos escritórios do Facebook em Cambridge. Foto: Elise Amendola/AP

Uma candidata negra foi eliminada do processo seletivo no Facebook, mesmo sendo qualificada para o cargo, segundo uma denúncia apresentada à Comissão de Oportunidades Igualitárias de Emprego dos EUA (EEOC). A mulher que concorria a uma vaga foi entrevistada e eliminada de um processo conduzido por pessoas brancas, que preteriram a candidata no momento do recrutamento.

No processo, a entrevistada alegou ter ouvido dos recrutadores que ela não se adequaria à vaga e que a empresa buscava alguém com ”fit cultural” forte. A comissão de oportunidades igualitárias organizou uma investigação contra a empresa, uma vez que o caso somou-se as outras três denúncias de discriminação racial contra o Facebook.

“Você tem um cérebro grande, não iria gostar desse trabalho”

A candidata, que apresentou a queixa ao Intercept, concordou em conduzir a denúncia sob a condição de não ter o seu nome revelado. Ela disse ao jornal que, em 2020, foi submetida a um processo discriminatório do Facebook contra os candidatos negros. Para o cargo gerencial que a empresa ofertou, a mulher, cuja sua formação e experiências anteriores a qualificava para oportunidade, alegou que os recrutadores ignoraram toda a sua trajetória e mencionaram apenas uma vez a sua formação. “Você tem um cérebro grande, não iria gostar desse trabalho”, declarou o gerente de contratação.

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Segundo o Jornal, além dessa declaração, a concorrente alegou, em uma das etapas presenciais, ocorridas no estado americano da Califórnia, o entrevistador disse que “não há dúvida de que você pode fazer o trabalho, mas estamos realmente procurando alguém com fit cultural”. O termo “culture fit” significa, no meio corporativo, incluir pessoas “socialmente aceitáveis” no quadro de funcionários. O porta voz do Facebook, Andy Stone afirmou ao The Intercept que a empresa oferta um ambiente de trabalho respeitoso e seguro para todos os funcionários. “Levamos a sério qualquer alegação de discriminação e investigamos todos os casos”, completou.

Assim como o Facebook, o Google também expôs fragilidade nos processos seletivos. Segundo os dados divulgados em 2020, a empresa mostrou que os seus colaboradores negros preenchiam 5,5% do quadro de funcionários, enquanto a parcela latina ocupavam apenas uma pequena porcentagem de 6,6% .

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