Crismilly Pérola, de 37 anos, também era conhecida como Bombom ou Piu-piu foi assassinada com um tiro, nesta segunda-feira (5), na comunidade Beira Rio, na Várzea, Zona Oeste de Recife. Segundo os familiares da cabelereira, o crime foi motivado por transfobia e discriminação contra pessoas transgênero. O corpo de Crismilly foi encontrada às margens do rio Capibaribe. Segundo a família, ela havia saído de casa, onde morava com a família perto do local, e ia a casa de amigos.
As investigações do caso de Crismilly foram iniciadas pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Esse é o terceiro caso grave de violência contra mulheres trans, em Recife em menos de um mês. No dia 18 de junho, o corpo de Kalyndra Selva foi encontrado dentro de casa, na Zona Sul de Recife. No dia 24 do mesmo mês, Roberta da Silva teve 40% do seu corpo queimado por um adolescente, no Centro.
“A vítima tinha um disparo provocado por arma de fogo na mão que trasfixou e atingiu o pescoço. Ela estava usando um short jeans e um short, não tinha nenhum sinal de violência sexual”, destacou o perito criminal Diego Nunes, do Grupo Especializado de Perícias em Homicídios (GEPH), do DHPP.
Leia também: Das travestis mortas em 2020, 78% eram negras
A prima da cabeleireira, Jennnifer Matos (25), contou ao portal G1 que ela tinha sido vítima de transfobia recentemente e chegou a ser hospitalizada porque fraturou um dos braços. “Foi há um mês, em uma briga na Várzea também. Atentaram contra a vida dela. E o motivo pelo que a gente sabe foi transfobia. Ela contava a mãe que sempre sofria xingamentos no meio da rua, sempre tinha isso. A gente espera que a polícia investigue e identifique os culpados. Ela era uma pessoa muito querida”, disse.
Crismilly era uma pessoa muito querida e atuante na comunidade, conforme descreve sua prima. “Ela atendia em domicílio e trabalhava com reciclagem. Muito prestativa. Todos na família e os vizinhos a amam muito. Está todo mundo triste”, contou.
