Lays Mendes, mora com a família em Dublin, Irlanda há oito anos e vendo sendo atacada por uma mulher irlandesa há meses. Quase todos os dias a irlandesa vai até a frente o salão da brasileira e profere falas xenofobicas e racistas.
Imagine estar trabalhando normalmente e, quase todos os dias, ser alvo de ofensas de uma mesma pessoa que vai até o seu local de trabalho para te atacar verbalmente. Agora, imagine procurar a polícia em busca para resolver a situação e ouvir que eles não podem fazer nada. Essa é a realidade de Lays Mendes, brasileira que vive em Dublin, na Irlanda, há oito anos. Há meses, ela vem sendo insultada por uma mulher irlandesa que aparece com frequência na porta do salão que Lays é proprietária, proferindo frases racistas e xenofobicas.
Em entrevista ao G1, Lays Mendes relatou que as agressões verbais são constantes e vêm sempre da mesma mulher, que costuma gritar ofensas como: “Vocês são assassinos, têm que voltar para seu país. Queremos vocês fora da Irlanda. Vocês matam nossas crianças, não queremos vocês. Você é odiosa”.

Mesmo sendo gravada a irlandesa não se intimida e ofende a brasileira. Quando ocorreu a primeira ofensa, Lays procurou a polícia irlandesa para informar a situação, as autoridades disseram que nada podia ser feito para parar os ataques: “Eu fui até a polícia, falei o que tinha acontecido, prestei esclarecimentos e enviei o vídeo. Mas eles falaram que não tem o que fazer. Não tem lei que nos proteja aqui. Se alguém me passar e me ofender verbalmente, recebe só um aviso: ‘Olha, você não pode fazer isso’. A pessoa pode continuar sendo xenofóbica e racista”, diz a cabeleireira.
O medo diário
Sem qualquer ação das autoridades irlandesas e convivendo diariamente com a incerteza sobre se terá um dia tranquilo ou se voltará a ser atacada, Lays conta que uma de suas maiores preocupações é com a segurança dos filhos, de 6 e 11 anos.
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“Mesmo que ela tenha algum distúrbio mental, ela é um problema do Estado, não é um problema meu. Eu estou no meu local de trabalho e ela fica passando e me ofendendo, me agredindo verbalmente. É um passo para ela me agredir fisicamente… Se fosse ao contrário, eu não teria essa justificativa. Eu tenho medo, né? Minha preocupação não é só o hoje. É pensar no futuro, na minha família, nos meus amigos… Que proteção a gente tem de ir e vir?”, questiona.










