Levantamento mostra que 65% dos encarcerados são pessoas pretas ou pardas
Um levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que cerca de 60 mil pessoas foram infectadas no sistema prisional brasileiro. Ao todo, foram identificados 42 mil casos em detentos, 12,8 mil em servidores e 222 óbitos. Já no sistema socioeducativo, foram detectados 4,2 mil servidores infectados, 1,1 mil adolescentes e 25 óbitos de servidores. Até o momento, não foi identificada nenhuma morte por covid-19 entre os adolescentes.
O monitoramento é realizado pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do Conselho Nacional de Justiça (DMF/CNJ), desde junho deste ano e é alimentado com informações das autoridades locais. Ao todo, 15 Tribunais de Justiça enviaram os dados atualizados para a confecção do Boletim de Contágio.
Os Grupos de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (GMF) informaram ainda que mais de 171 mil testes foram realizados em detentos e 56 mil testes de detecção em servidores do sistema.
Ainda de acordo com o GMF, foram investidos R$ 3 milhões para prevenção a Covid-19 no sistema prisional e no socioeducativo para cinco estados, e R$ 14 milhões de demais fontes para 10 unidades da federação, além de doação de insumos que não em espécie.
População carcerária
De acordo com o Departamento Penitenciário Nacional, o Brasil tem uma população carcerária que gira em torno de 727 mil pessoas e, destas, cerca de 64% são pretas ou pardas. Esse número é superior ao percentual de pessoas negras no Brasil, que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), está em 54%.