Com 322 pessoas privadas de liberdade a cada 100 mil habitantes, o Brasil ocupa a 3ª posição no ranking de países com mais encarcerados no mundo, quando considerado o número absoluto de detentos. A população carcerária do Brasil fica atrás apenas de China e Estados Unidos, e à frente da Índia, que tem pouco mais de 478 mil detentos. Os dados são de um levantamento inédito feito pelo portal G1.
Com esses dados, o Brasil também ocupa a 26ª posição no ranking dos países que mais prendem no mundo, em uma lista de aprisionamento com outros 222 países e territórios.
Os dados de pessoas encarceradas foram coletados pelo G1 dentro do Monitor da Violência, uma parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e são referentes aos primeiros meses deste ano.
Já os números dos demais países e territórios são da “World Prison Brief”, do Instituto de Pesquisa de Política Criminal da Universidade de Londres. A base de dados reúne as informações mais recentes de cada local.
Em 2020, quando o G1 também fez esse levantamento, a taxa prisional do Brasil era maior: 338 presos para cada 100 mil habitantes. O país, porém, ocupava a mesma 26ª posição no ranking. Isso porque outros países também reduziram a taxa no período.
Os dados apontam que há hoje no país uma capacidade para abrigar 440.530 presos. Ou seja, existe um déficit de 247.016 vagas.
Se for levada em conta a superlotação nas cadeias, o Brasil figura na 47ª posição, acima de Irã, Jordânia, Nigéria e Paraguai.
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População carcerária diminui, mas Brasil ainda registra superlotação nos presídios em meio à pandemia
Celas lotadas, escuras, sujas e pouco ventiladas. Racionamento de água. Comida azeda e em pequena quantidade. Infestação de ratos, percevejos e baratas. Dificuldade para atendimento médico. Presos com Covid-19 dividindo espaço com presos sem sintomas e sem a doença. Esse é o retrato do sistema penitenciário brasileiro em meio à pandemia do novo coronavírus.
Uma situação que só não é pior porque, em um ano, o Brasil teve uma pequena redução no número de presos. A superlotação nas penitenciárias, porém, ainda é alarmante: elas estão 56,1% acima da capacidade.
Já o percentual de presos provisórios (sem julgamento) voltou a subir e agora corresponde a 31,7% do total.
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