Um levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) revela que o Brasil possuiu, atualmente, 441 mil das chamadas “marmitarias” e cerca de 300 mil delas foram criadas durante ou depois do período pandêmico.
Este número refere-se apenas aos empreendimentos que formalizaram o negócio. Seja através do Microempreendedor Individual (MEI) ou por constituição de empresa de sociedade limitada. Para especialistas do Sebrae, a pandemia revelou uma necessidade pelo serviço.
“A pandemia teve esse reflexo das pessoas ficarem mais em casa, o reflexo do home office impacto e outro ponto também é o baixo investimento para trabalhar nesse setor. Quando a gente teve o início da pandemia, muitas pessoas perderam seus empregos. Diante de uma situação que você tem se reinventar e fazer geração de renda, boa parte das pessoas passa como primeira opção cozinhar, fazer marmitas”, afirma Helena Andrade, consultora do Sebrae.
O brasileiro tem por hábito consumir as chamadas marmitas ou quentinhas, dependendo da localização geográfica, e produzir essas marmitas em dias de muita atividade acaba se tornando um momento de redução no tempo de produção no trabalho, por exemplo.
Desta forma, a procura por marmita pronta cresceu nos últimos anos e esse foi um dos principais motivos da quantidade de empresas formalizadas no período, segundo o Sebrae. “As pessoas buscam por praticidade e o tempo está escasso, assim, as marmitarias cresceram por oferecer o que os clientes precisam: comida pronta, sem que o trabalhador precise parar o que está fazendo para produzir seu alimento”, reforça.
Mulheres à frente
Um estudo também realizado pelo Sebrae entre os anos de 2021 e 2022, mostra que o empreendedorismo feminino cresceu 30% no período e, nas marmitarias não poderia ser diferente. 87% dos empreendedores são mulheres.
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Segundo a coordenadora Nacional de Empreendedorismo Feminino do Sebrae, Renata Malheiros, o crescimento do número de mulheres empregadoras traduz a força do empreendedorismo feminino.
“A gente vem de um contexto de crise econômica, e precisamos dizer que, sim, estamos avançando, que é importante que se empregue mais funcionários, porque isso gera mais rendimento para as pessoas, porém, ainda existem obstáculos importantes para as mulheres empreendedoras. Então aqui a gente precisa falar de divisão de tarefas, precisa falar de creches, para que as mulheres possam de fato se dedicar com todo o seu potencial aos negócios”, ressalta.
Os dados são do estudo realizado pelo Sebrae a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
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