Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que uma bomba de gás de efeito moral é jogada contra moradores em situação de rua na Praça da Sé, centro de São Paulo, neste domingo (19). A gravação foi publicada pelo padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua, em SP.
Na legenda do vídeo no Instagram, Júlio diz: “Agora à noite na Sé. Ataque a bombas na tenda onde ‘atendem’ a população em situação de rua. Até a maca caiu. Está frio e o que oferecem é bomba!”. Nas imagens, é possível ver também outros focos de fumaça, possivelmente de outros artefatos que teriam sido lançados mais distantes. Testemunhas relataram ao G1 que o tumulto começou após dois adolescentes tentarem roubar um homem e uma mulher, e, por isso, um grupo de jovens ameaçou invadir um supermercado.
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Pessoas presentes no local disseram que os adolescentes, ao tentar roubar um casal, o namorado feriu um deles com canivete e se refugiaram dentro de um mercado. Com isso, um grupo de jovens tentou invadir o estabelecimento para retirar as vítimas do comércio. A polícia jogou as bombas para dispersar os infratores.
Em nota, a Guarda Civil Metropolitana informou que acompanhava a entrega de cobertores a moradores em situação de vulnerabilidade na Praça da Sé, na Tenda da Operação Baixas Temperaturas, quando se deparou com a tentativa de roubo e agressão à um casal que transitava pelo local. Durante a ação, os infratores passaram a arremessar objetos contra as equipes da GCM. Diante do tumulto, os Guardas “fizeram o uso moderado e progressivo da força, a fim de garantir a integridade física e a segurança das vítimas e dos agentes da Guarda Civil Metropolitana”, afirma o comunicado.
Politicas públicas
Os moradores em situação de rua da cidade de São Paulo passam por uma série de dificuldades como a questão da moradia em si, além da frente fria que a região enfrenta. Desde março de 2022, a prefeitura realiza ações para tentar acabar com o local conhecido como “cracolândia”, também no centro da capital paulista. Uma dessas operações policiais terminou com a morte de uma pessoa que foi baleada por um Policial Militar (PM).
O Ministério Público abriu um inquérito para investigar a ofensiva do município nesse objetivo e também para apurar se internações involuntárias seguiram ou não o procedimento necessário. O prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), disse no dia 6 de junho, que 22 pessoas foram internadas de forma involuntária no Hospital Bela Vista Santa Dulce dos Pobres, centro de referência no tratamento do Estado.
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