O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve nomear nos próximos dias Brian A. Nichols, o atual embaixador dos EUA no Zimbábue, ao cargo de secretário de Estado adjunto para o Hemisfério Ocidental. A informação foi divulgada pela Associated Press na última terça-feira (02).
As fontes teriam revelado a nomeação à Associated Press sob condição de anonimato, porque não estão autorizadas a comentar publicamente sobre o assunto antes à sua nomeação.
Se confirmado pelo Congresso, Nichols seria o primeiro afro-americano a se tornar o principal diplomata da região latino-americana desde Terence Todman nos anos 1970.
No ano passado, em meio aos protestos do movimento Black Lives Matter após a morte de Floyd, Nichols saiu em defesa dos afro-americanos e criticou a ação da polícia contra negros nos Estados Unidos, rompendo assim com seus chefes no governo de Donald Trump.
“Como afro-americano, desde que me lembro, sei que meus direitos e meu corpo não eram totalmente meus”, escreveu Nichols, que cresceu no estado de Rhode Island e é filho de um professor fundador programa de Estudos Africanos da Universidade.
Não é comum que um diplomata americano sênior faça comentários críticos sobre os acontecimentos nos Estados Unidos. Os comentários de Nichols foram rejeitados pelo governo do Zimbábue enquanto Nichols celebrava os protestos pacíficos nos Estados Unidos ao mesmo tempo em que denunciava no Zimbábue a “violência patrocinada pelo Estado contra manifestantes pacíficos, sociedade civil, líderes trabalhistas e membros da oposição“.
Nichols tem uma longa carreira na América Latina: foi embaixador no Peru e funcionário consular no início de sua carreira. Ele também foi o segundo funcionário da embaixada de Bogotá, onde está instalada a maior presença diplomática dos Estados Unidos na região. Nichols trabalhou no México e em El Salvador e no escritório dedicado ao combate às drogas na região.